Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves foram indiciadas por racismoPedro Ivo / Agência O Dia
O caso veio à tona após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar o caso nas redes sociais. Em um vídeo, ela chama a atitude das influencers de "racismo recreativo", que se trata da prática disfarçada de humor, quando alguém usa de "discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão".
Nos vídeos, as duas, que são mãe e filha, pedem para as crianças abordadas nas ruas escolherem entre o presente ou dinheiro. Em dois casos específicos, quando as crianças optam pelo presente, ambas negras, uma ganha uma banana e outra um macaco de pelúcia.
Em junho, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou que as redes sociais das influenciadoras fossem bloqueadas. Na decisão, a juíza Juliana Cardoso Monteiro de Barros também pediu que o conteúdo investigado pela Polícia Civil fosse retirado das plataformas.
"Destaca vídeo amplamente divulgado na imprensa em que uma das requeridas distribuiu banana e um macaco de pelúcia a crianças negras, inferindo a prática de racismo, objeto de investigação pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, sendo necessária a apuração pelo Ministério Público quanto a possíveis infrações ao ECA, em razão dos vídeos expondo crianças, adolescentes e idosos a situações vexatórias e degradantes", escreveu a magistrada da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca de São Gonçalo.
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