Gabriel Mongenot é do Mato Grosso e estava no Rio para a apresentação da cantora Taylor SwiftReprodução / Redes Sociais

Rio - Familiares de Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos, de 25 anos, descreveram como "sensação de injustiça" a morte do estudante, em Copacabana, na Zona Sul, na madrugada de domingo (19). Natural de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o fã de Taylor Swift estava no Rio de Janeiro para o show que aconteceu na noite de ontem, no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, na Zona Norte. A vítima foi morta a facadas durante um assalto, quando dormia na areia da praia. 
Os três suspeitos pela morte do jovem foram presos ainda no domingo, Alan Ananias Cavalcante e Anderson Henrique Brandão logo após e crime, e Jonathan Batista Barbosa por volta das 16h, na Lapa, no Centro do Rio. O trio possui uma extensa ficha criminal, com os dois primeiros presos pelo furto de 80 barras de chocolate, na última quinta-feira (16), e soltos em audiência de custódia cerca de 12 horas antes da morte de Gabriel. A Justiça determinou que eles cumprissem medidas cautelares como não se ausentarem do estado por mais de sete dias e não ingressem nas unidades da rede de lojas durante o processo.
De acordo com a Polícia Civil, Alan já foi abordado 42 vezes pela polícia e possui sete anotações pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo, roubo, furto, lesão corporal, homicídio, tráfico de drogas e receptação. Já Anderson, que em depoimento confessou a participação no crime e foi reconhecido por testemunhas, conta com 14 anotações criminais e já foi abordado 56 vezes. Por fim, Jonathan, que é apontado como o autor das facadas, tem dez passagens por ofensa, roubo, furto e homicídio.
Em entrevista ao 'Fantástico' da TV Globo, uma prima lamentou a morte do estudante e se queixou sobre a decisão do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) em soltar os criminosos pouco tempo depois de suas prisões. "Além da tristeza, a gente sente uma revolta, sabe? Porque era uma pessoa que estava presa e foi solta ontem e matou outra pessoa. É uma sensação de injustiça, de que a gente não está seguro. Eu vim para passer, me divertir e estou voltando para casa levando meu primo morto", desabafou Juliana Milhomem. 
Ainda segundo a Polícia Civil, testemunhas foram ouvidas e relataram que o fã estava com um grupo de amigos na areia quando foi abordado pelos criminosos, que anunciaram o assalto. Os ladrões levaram a chave de um veículo e dois telefones celulares. A prima ainda relatou que a vítima estava cansada e dormia quando foi surpreendida pelos bandidos. "O assaltante se exaltou pedindo as coisas e o Gabriel estava cochilando na hora. Ele levantou na gritaria, então provavelmente para o assaltante ele reagiu ao assalto, mas na verdade ele acordou assustado com a gritaria, com a movimentação e foi ferido". 
A Polícia Militar informou que o 19ª BPM (Copacabana) foi acionado para a ocorrência e corpo do jovem encontrado pelos policiais na areia da praia, na altura da Rua Figueiredo de Magalhães, com ferimentos por objetivo perfurante. Gabriel estava com as pulseiras de amizade que fãs da artista costumam usar. Segundo a prima, o jovem estava hospedado em hotel na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, desde sexta-feira (17), e visitou pontos turísticos da cidade, entre eles a Praia de Copacabana. 
Parentes estiveram no Instituto Médico Legal (IML) no domingo para liberar o corpo, que segue para o Mato Grosso do Sul, onde ele será sepultado com a roupa que customizou para o show de Taylor Swift. "Ele estava muito empolgado com esse show, ele fez as pulseiras, customizou uma camisa para vir para o show, ele estava muito feliz", lamentou a prima na entrevista. Gabriel morava em Belo Horizonte, onde estudava Engenharia Aeroespacial na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e era filho da secretária-adjunta da Secretaria de Assistência Social (SAS) de Campo Grande, Inês Mongenot.