Alberto da Costa e Silva era membro da Academia Brasileira de LetrasReprodução / Facebook

Rio - O Brasil perdeu um de seus mais importantes diplomatas e estudiosos de cultura africana. Morreu na madrugada deste domingo (26), em sua casa, no Rio, de causas naturais, aos 92 anos, Alberto da Costa e Silva, embaixador, historiador, poeta e membro da Academia Brasileira de Letras. A informação foi confirmada pela ABL em seu site oficial.

O corpo será cremado nesta segunda-feira (27). Segundo a Academia, não haverá velório e a cerimônia de despedida será apenas para a família.

Considerado um dos mais importantes intelectuais brasileiros, Alberto da Costa e Silva foi embaixador na Nigéria e no Benin. Sua obra é fundamental para o desenvolvimento dos estudos e do ensino da história do continente africano. Escreveu mais 40 livros, como "A enxada e a lança" (1992), "A manilha e o libambo" (2002), "Um rio chamado Atlântico" (2003) e "Francisco Félix de Souza, mercador de escravos" (2004). Também é autor de livros infantojuvenis, como "Um passeio pela África" (2006) e "A África explicada aos meus filhos" (2008).
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Eleito para a ABL em 2000, foi o quarto ocupante da cadeira 9, na sucessão de Carlos Chagas Filho. Presidiu a Casa entre 2002 e 2003. Era um dos acadêmicos mais assíduos nos eventos culturais promovidos pela entidade, apesar da idade avançada. Era também sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa da História.

Alberto Vasconcellos da Costa e Silva nasceu em São Paulo, em 12 de maio de 1931, e fez os estudos primários e iniciou o curso secundário em Fortaleza. Em 1943, mudou-se para o Rio. Diplomou-se pelo Instituto Rio Branco em 1957.

Foi Doutor Honoris Causa em Letras pela Universidade Obafemi Awolowo (ex-Uni­versidade de Ifé), da Nigéria, em 1986, e em História pela Universidade Federal Fluminense, em 2009, e pela Universidade Federal da Bahia, em 2012. Em 2014, recebeu o Prêmio Camões; em 2003, o Juca Pato de Intelectual do Ano.

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Nas redes sociais, o escritor e imortal Marco Lucchesi lamentou a morte de Alberto. "Foi pioneiro nos estudos da diáspora africana. Olhou para o Brasil e compreendeu que a distância entre a África e o Brasil não era um oceano. Compreendeu que o Brasil só poderia ser aprofundado a partir dessas raízes (...)
Meu grande, querido amigo, eu me despeço de você com saudade", publicou Lucchesi, que é presidente da Fundação Biblioteca Nacional.