De acordo com a Polícia Civil, os agentes já prestaram depoimento na especializada. A investigação segue em andamento para esclarecer todos os fatos.
A Polícia Militar também abriu um procedimento interno para apurar a circunstância da morte do morador. Neste sábado (25), a corporação informou que agentes do 14º BPM (Bangu) realizavam patrulhamento na Rua Viúva Guerreiro, quando foi atacada a tiros por criminosos. Ainda segundo a nota divulgada pela PM, os policiais revidaram e houve confronto.
Depois que a troca de tiros terminou, os policiais encontraram Eberson ferido. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, ainda na Zona Oeste, mas, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ele já chegou morto na unidade.
A morte do morador gerou um protesto que interditou as duas pistas da Avenida Brasil. Pedaços de madeira, pneus e outros materiais foram incendiados nas pistas para bloquear a passagem de veículos. O fluxo só foi liberado em um dos sentidos por volta das 20h.
Nas redes sociais, um amigo de Eberson escreveu que o homem é apenas mais uma vítima da guerra que acontece no Rio de Janeiro.
"Ele era trabalhador. É mais uma vítima que sucumbe na comunidade em uma guerra que não é nossa. Até quando? Só queremos paz e isso não é pedir demais", lamentou o homem em uma página dedicada à comunidade da Vila Kennedy, no Facebook.
Morte em protesto
A DHC também investiga as circunstâncias da morte do jovem Guilherme Santos de Carvalho, de 18 anos. Ele levou um tiro durante o protesto dos moradores na Avenida Brasil. Segundo a PM, um policial militar, que estava de folga e passava pela região, disse ter sido abordado por um homem na via. Ao ser questionado pelos policiais, o militar alegou ter sido "vítima de uma tentativa de assalto e que teria efetuado um disparo." Amigos e familiares de Guilherme contestam a versão.
Neste domingo (26), a assessoria de imprensa da Polícia Civil divulgou que o autor do disparo foi ouvido e teve a arma apreendida para perícia. Buscas estão em andamento para esclarecer todos os fatos, informou, ainda a corporação.
Parentes e amigos de Guilherme, que trabalhava como auxiliar de mecânico numa oficina no Jardim Bangu, também na Zona Oeste, contaram que o jovem apenas participava do protesto contra a violência na Vila Kennedy. Duas irmãs, uma tia e o patrão do jovem estiveram, na manhã deste domingo (26), no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, no Centro, para reconhecer o corpo.
"Era um garoto trabalhador. Amado pela família e muito responsável. Estava trabalhando horas antes, até às 16h lá com a gente", afirmou Rodolfo Moreira, amigo e dono da oficina de motocicletas onde Guilherme trabalhava desde os 14 anos.
Ainda segundo relatos, o jovem teria saído de casa para comprar fraldas para a filha, de 1 ano, quando decidiu participar do ato em decorrência da morte do morador Eberson Luiz Santos da Silva.
"Tenho certeza que ele [Guilherme] não era criminoso e que não faria nada. Muito menos assaltar. Não tem como ele ter feito isso. A única coisa que ficamos sabendo que ele fez, foi colocar uma camisa no rosto durante o protesto, assim como outros fizeram, mas isso não justifica", pontuou Rodolfo.
A ocorrência inicialmente ficou a cargo da 34ª DP (Bangu). A PM informou que vai acompanhar as investigações.
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