Local onde eram realizados os procedimentos estéticos na clínicaReprodução

Rio - A paciente de 29 anos que foi encontrada sedada durante a prisão do médico peruano Jaime Javier Garcia Caro, de 44 anos, e do peruano Jean Paul Perez Barraza, de 29 - que se passava por anestesista - é aguardada para prestar depoimento na tarde desta segunda-feira (29).
O caso aconteceu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense e está sendo investigado pela Delegacia do Consumidor (Decon).
A vítima estava prestes a realizar um procedimento de lipoaspiração na clínica de Jaime e Jean Paul, que funcionava sem licença sanitária. No local, eram realizados diversos procedimentos de alta complexidade.
Os dois foram presos na última terça-feira (21). No momento em que os policiais chegaram, Jean Paul ainda tentou deixar o local usado como sala de cirurgia para fugir, mas foi pego pelos agentes.
Na sala ao lado, policiais encontraram uma outra paciente, de 44 anos, que havia acabado de se submeter a uma lipoaspiração com a dupla e repousava ainda sob os efeitos do anestésico. Ambas reconheceram Jean Paul como sendo o anestesista do procedimento estético a que se submeteram.
Na quinta (23), durante audiência de custódia, Jaime e Jean Paul tiveram suas prisões convertidas em preventivas. De acordo com a Ata da audiência, a magistrada Mariana Tavares Shu negou o pedido de liberdade provisória e ressaltou que são fortes os indícios de que os acusados seriam cúmplices dos proprietários da clínica.
Cirurgião responde a processo
Além disso, o cirurgião Jaime tem um processo interno aberto pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), em abril deste ano, devido a uma acusação de erro médico. Mesmo com a apuração em andamento, o cirurgião consta como apto a trabalhar no sistema do órgão.
Segundo o Cremerj, o procedimento corre em sigilo, de acordo com as normas do Código de Processo Ético-Profissional. Em relação à sua prisão, o Conselho informou que irá apurar os fatos.
Jaime responde ao processo interno depois de ser acusado de erro médico pela família da técnica de enfermagem Jéssica de Souza Machado em abril deste ano. Segundo a denúncia, o corpo de Jéssica apresentou necroses oito dias após a cirurgia, além de manchas pretas e áreas em carne viva.