Agentes da Força Nacional chegam ao IML Alfrânio Peixoto, no Centro, nesta manhã de quarta-feira (29). Foto: Renan Areias /Agência O DiaRenan Areias

Rio - O soldado Edmar Felipe Alves dos Santos, de 36 anos, estava entre o grupo de voluntários da Polícia Militar de Alagoas (PMAL) para atuar no reforço da Força Nacional à segurança pública do Rio de Janeiro. O agente estava na capital fluminense desde outubro e foi morto a tiros, na noite desta terça-feira (28), em Vila Valqueire, na Zona Oeste. A vítima estava de folga e foi baleada ao aparecer armada no portão de casa, após ouvir disparos em uma residência vizinha.
De acordo com a PMAL, os policiais voluntários para a missão com a Força Nacional se apresentaram no dia 4 de outubro, na Academia de Polícia Militar Senador Arnon de Mello, e no dia 20 seguinte, foram para Brasília, onde passaram por dois dias de nivelamento. Logo depois, o grupo com os 31 agentes desembarcou no Rio, para atuar por 30 dias no reforço da segurança pública. À época, o secretário de Estado de Segurança Pública de Alagoas, agredeceu aos militares por se oferecem para a missão. 

"Eu quero agradecer à Polícia Militar de Alagoas pela vontade de servir que a corporação sempre demonstra. Eu recebi a solicitação do Secretário Nacional de Segurança Pública para o envio de efetivo para a Força Nacional, e de pronto a tropa se disponibilizou. Agradeço a cada um de vocês. Tenham uma boa missão", afirmou Flávio Saraiva, na ocasião. 
Edmar Felipe estava na PM alagoana desde 2020 e, na manhã desta quarta-feira (29), a corporação publicou uma nota de pesar. "Em nome de toda tropa, o comandante-geral da Corporação, coronel Paulo Amorim, presta as mais sinceras condolências aos amigos e familiares, ao tempo em que coloca a Instituição à disposição para o que se fizer necessário". O Ministério da Justiça e Segurança Pública também disse que "lamenta profundamente" a morte do PM e informou que "todas as circunstâncias do crime serão devidamente apuradas" e que as autoridades competentes já investigam o caso.
"A Força Nacional tem prestado todo o apoio relacionado a essa triste fatalidade. Neste momento de dor e consternação, nossos sentimentos também vão para a família e amigos, bem como para a Polícia Militar de Alagoas que perde um dos seus quadros pelo devotamento à sua função policial, mesmo não estando em serviço". O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro, onde agentes da instituição estiveram durante a manhã. Ainda não há informações sobre horário e local do sepultamento. 
A Força Nacional atua no Rio de Janeiro desde o dia 17 de outubro, após uma determinação do Ministério da Justiça, a pedido do governador Cláudio Castro, e deve permanecer até o fim de janeiro de 2024. Ao todo, o efetivo que reforça o policiamento nas rodovias federais é de 545 agentes federais, sendo 305 da Instituição e 240 da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Além disso, a pasta destinou R$ 247 milhões como investimento para a segurança do estado e 50 viaturas.
Entenda o caso
De acordo com a Polícia Militar do Rio, informações preliminares apontam que Edmar foi baleado ao tentar intervir em uma briga. Câmeras de segurança da rua registraram o momento do crime e as imagens mostram o autor dos disparos na rua, quando o agente aparece no portão, armado. Ele então atira duas vezes contra a vítima. Em seguida, corre e chega a cair, mas se levanta e consegue fugir do local. Em outro vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver Felipe sendo socorrido por um grupo de pelo menos seis homens, com quem estava morando na cidade. Confira abaixo.
Ainda segundo a PM, o agente deu entrada no Hospital da Aeronáutica do Campo dos Afonsos, também na Zona Oeste, mas acabou morrendo. Segundo relatos, antes de matar Edmar, o homem teria discutido e atirado contra uma mulher transsexual com quem morava. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 21h45 e socorreu a vítima em estado grave para o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que "não pode divulgar o estado de saúde dos pacientes sem autorização de suas famílias". A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso. "Diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos".