Rio - Depois de quase quatro anos fechada por conta da pandemia da Covid-19, a Biblioteca Municipal Marques Rebelo, na Tijuca, Zona Norte do Rio, será reaberta no início de 2024. A reinauguração faz parte do programa Bibliotecas do Amanhã, da Secretaria Municipal de Cultura, que visa recuperar e modernizar as salas de leitura do Rio. Ao todo, foram investidos mais de R$ 30 milhões no projeto.
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O valor foi utilizado para aquisição de acervo, inclusive acessível, novo mobiliário, reformas estruturais e a implementação de um programa educativo e cultural. Segundo a prefeitura, a ideia é que a biblioteca sirva como um lugar de fruição e produção cultural, além de espaço de estudo e integração da comunidade.
A advogada Glória Costa, de 60 anos, era cliente fiel da unidade da Tijuca e a frequentava para fazer pesquisas na época da escola. Ela vê a Masques Rebelo como uma das melhores do Rio. “O nível sócio cultural da Tijuca é muito alto, a variedade é muito grande e as pessoas procuram. Eu mesma doei vários livros raros pra cá e vinha muito aqui quando era estudante, pegava livro e podia ficar 15 dias com ele em casa. Esse período que fica fechada acaba decaindo um pouco, mas muita gente vinha 'pra' cá 'pra' fazer cursos, trabalhos e reuniões” ressaltou ao DIA.
Dono de uma banca de jornal ao lado da biblioteca, o comerciante Marcos Vinicius, de 40 anos, é questionado sobre a reabertura frequentemente. “As pessoas sentem falta, tem gente que para aqui e pergunta. A biblioteca fechou na pandemia e aproveitaram para fazer as obras também. Acredito que esse ano ainda vão fazer o muro e devem reabrir no início do ano que vem, mas tem bastante gente procurando e perguntando sobre a reinauguração porque a maioria vem aqui 'pra' fazer pesquisas”, explicou.
Um problema enfrentado pela unidade era uma árvore que ameaçava cair. Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura informou que, a árvore, que estava forçando a estrutura do muro para frente, foi retirada na última quinta-feira (28). Disse, ainda, qu efoi preciso demolir e reconstruir o muro da biblioteca, pois oferecia riscos ao patrimônio e aos transeuntes que trafegam na calçada. O trecho da Rua Guapeni chegou a ser interditado pela Defesa Civil.
A pasta informou que o serviço de retirada do tronco deverá ser executado no prazo de 30 dias úteis. Segundo a secretaria, a Comlurb já possui a vistoria que encaminhará à extração total da árvore na lista de prioridades.
O aposentado Antônio Oliveira é morador da via e acompanhou de perto a saga da árvore. “Ainda bem que estão consertando, né? Há pouco tempo, teve essa questão da árvore, que poderia atingir a biblioteca, além de ser perigoso para nós pedestres. Os moradores reclamavam muito e pediam providências, a gente achava que poderia acontecer algo mais grave, mas ainda bem que 'tá' dando tudo certo”, disse.
Nas redes sociais, moradores da Tijuca também comentaram sobre os impasses que a biblioteca vem sofrendo ao longo dos últimos anos. "Um espaço excelente, fechado há anos e sem nenhuma atenção da Prefeitura do Rio", disse uma mulher. "Fiz muitos trabalhos escolares lá. Muito triste ver o abandono", escreveu outra.
Fundada em 1979, a biblioteca conta com 16 mil itens, entre livros, revistas e jornais. O local deve ser reaberto entre no fim de dezembro, em uma agenda oficial com diversas autoridades da cultura e políticos da Prefeitura do Rio.
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