Maxwell Simões Corrêa, o Suel, está preso pelo assassinato de MarielleReprodução
Em depoimento, ex-bombeiro Suel nega ter monitorado as movimentações de Marielle Franco
Maxwell Simões Corrêa prestou depoimento na 4ª Vara Criminal da Capital
Rio - O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, negou ter monitorado a movimentação da vereadora Marielle Franco durante depoimento na 4ª Vara Criminal da Capital, na tarde desta sexta-feira (1). Suel foi citado pelo ex-PM Élcio de Queiroz em uma delação premiada como participante do assassinato da parlamentar e do motorista Anderson Gomes, executados a tiros em março de 2018, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio.
O ex-bombeiro também negou ter alterado as placas do veículo utilizado durante a execução. Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de serem os executores, aguardam em uma penitenciária federal de segurança máxima pela data do julgamento.
A partir do depoimento de Suel, que negou vários pontos da delação premiada, o juiz Gustavo Kalil determinou a expedição de carta precatória para que Élcio se manifeste se concorda com a acareação. O magistrado também estabeleceu prazo de 10 dias para que a defesa do ex-bombeiro informe se insiste no pedido de acareação e que apresente os pontos que considera divergentes entre o conteúdo da delação de Élcio e a versão de Suel.
Ao final da audiência, o juiz anunciou a abertura de conclusão dos autos que tratam da permanência de Maxwell em presídio federal para decidir sobre o requerimento da defesa para que ele seja transferido a um presídio estadual no Rio. O Ministério Público se manifestou contrariamente ao pedido.
Prisão após delação de Élcio Queiroz
Suel foi detido durante a operação que se desdobrou de uma colaboração premiada realizada por Élcio de Queiroz, preso por ter conduzido o carro durante a execução da vereadora. Em sua casa, foram apreendidas armas supostamente legalizadas, celulares e outros bens.
De acordo com a delação premiada do ex-policial militar Élcio de Queiroz, preso por dirigir o carro utilizado para o assassinato de Marielle, Suel planejou a morte junto com o também ex-PM Ronnie Lessa durante o segundo semestre de 2017. O ex-bombeiro seria responsável por fazer tocaias onde a vereadora estava e acompanhar os seus traslados.
Segundo Queiroz, Suel também participou de uma tentativa frustrada de homicídio da parlamentar no final de 2017, no Estácio, região central do Rio. A delação apontou que o ex-bombeiro dirigia o Cobalt Prata enquanto Lessa estava armado no banco do carona com uma submetralhadora MP5. O crime só não teria acontecido por um problema mecânico no carro em que estavam. De acordo com Queiroz, Lessa ficou chateado com Suel porque achou que o homem hesitou.
Caso Marielle
Os assassinatos de Marielle e Anderson completaram cinco anos em 2023 sem respostas sobre o mandante do crime. Os dois foram mortos no dia 14 de março de 2018. Em fevereiro desse ano, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a PF abrisse um inquérito paralelo para auxiliar as autoridades fluminenses.
Nas investigações da Polícia Civil, o avanço mais consistente no caso aconteceu em março de 2019, quando Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa foram presos no Rio de Janeiro. O primeiro é acusado de ter atirado em Marielle e Anderson, e o segundo, de dirigir o carro usado no assassinato. Quatro anos depois, eles continuam presos, mas não foram julgados. Os dois estão em penitenciárias federais de segurança máxima.
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