Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, apresenta a 'Van Bora', que vai realizar testagem de HIV itinerante na cidadeBeatriz Perez/ Agência O DIA

Rio - No Dia Mundial de Luta contra a Aids, a Prefeitura do Rio anunciou, nesta sexta (1º), medidas para expandir a testagem e assistência de pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis, como o HIV, e divulgou o boletim epidemiológico de HIV/ Aids do município. O objetivo é testar mais 300 mil pessoas até o fim do ano.

"O Dia Mundial de Luta contra AIDS é um dia muito especial na secretaria. Todas as unidades se mobilizam para ampliar a testagem, criando as ações de promoção. AIDS é uma doença que tem tratamento. Hoje a gente avança na redução da carga viral, redução dos sintomas e já tem quase 80% dos pacientes que têm HIV vivendo com carga viral indetectável com a utilização de antirretrovirais", afirma o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Uma das novidades anunciadas nesta sexta-feira foi o lançamento de uma van itinerante, a "Van Bora", com equipe especializada para atender a população em áreas de aglomeração e vida noturna diariamente. Outra medida é a ampliação do horário de atendimento do Complexo de Saúde de Botafogo, no Hospital Municipal Rocha Maia, na Zona Sul do Rio, onde está localizado o novo Centro de Prevenção Combinada.

O atendimento no Complexo de Saúde de Botafogo passa a estar disponível de domingo a domingo, das 7h às 22h, oferecendo diferentes métodos preventivos, entre eles testagem e profilaxia pré (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao vírus HIV.

Já a "Van Bora" vai circular em áreas com aglomerações e festas para realizar testes, prestar informação à população e vacinar homens que se relacionam sexualmente com outros homens contra o vírus HPV e contra Hepatite B. Outras vacinas do calendário também serão disponibilizadas no veículo. O local de circulação será divulgado no site da Secretaria Municipal de Saúde do Rio.

"A gente espera que essa van consiga testar 100 mil pessoas ao longo do ano. É uma capacidade de testagem alta. Também vai haver distribuição de camisinha, entre outras ações. Além da testagem pro HIV, a gente faz o teste pra Sífilis, Hepatite B e Hepatite C", lembra Soranz.

O secretário municipal de Saúde esclarece que o teste deve ser feito por todas as pessoas sexualmente ativas toda vez que houver alguma relação desprotegida. "Se a pessoa identifica a doença precocemente, tem muito mais chance de ter um tratamento melhor. Todas as unidades estão preparadas para esse atendimento. Pra gente, é fundamental que a população se previna, teste e procure se tratar", reforça.

Os testes rápidos são oferecidos gratuitamente em todas as unidades de atenção primária do município e entregam o resultado entre 15 e 20 minutos. Todas as 238 unidades primárias, inclusive, vão funcionar até as 17h neste sábado (2) para realizar o atendimento à população.

Cenário Epidemiológico

O cenário epidemiológico de HIV/AIDS no município do Rio foi apresentado na manhã de sexta-feira (1) no Complexo de Saúde de Botafogo. O relatório identifica que apesar da diminuição na taxa de detecção, no número de novos casos de HIV e no aumento das ações de prevenção e redução da taxa de mortalidade, o município do Rio não alcança as metas globais da UNAIDS, programa de combate à Aids das Nações Unidas.
"O cenário epidemiológico é muito melhor do que nos anos anteriores, mas ainda é muito preocupante. No último ano, mais de 2 mil pessoas foram identificadas com HIV e só nesse ano de 2023, até outubro, foram quase mil pessoas diagnosticadas. São 42 mil pessoas que tratam HIV e Aids nas nossas unidades de saúde. Então é necessário que todo carioca tenha consciência de que é com prevenção, testagem e tratamento precoce que a gente evita a disseminação dessa doença, que ainda é um problema de saúde pública para todo mundo", analisa.

A cidade do Rio apresentou redução na taxa de detecção do vírus desde 2015. O maior número de casos são identificados na população masculina jovem. No ano de 2023 foram 2.300 casos detectados no município e em 2022, 3.090.

As medidas de prevenção como Profilaxia Pré-exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-exposição (Pep) ao vírus do HIV consistem no uso de antirretrovirais orais para reduzir o risco de adquirir a infecção pela pessoa exposta ao vírus. Podem ser indicadas para pessoas com prática sexual desprotegida, violências sexuais, ou para pessoas que sofreram acidentes com materiais perfurocortantes, no caso do Pep.

A prevenção combinada contra o HIV envolve testagem, tratamento antirretroviral, uso de preservativos, a adoção do PrEp e Pep, redução de danos e educação da população.