Maceió está em situação de emergência por conta de iminente colapso e desabamento de mina da BraskemDivulgação/UFAL

Rio - O governador do Rio, Cláudio Castro, disponibilizou uma equipe técnica do Departamento de Recursos Minerais para atuar no desastre em Maceió. A capital do Alagoas decretou situação de emergência, na última quinta-feira (30), reconhecida pelo Governo Federal, por conta do iminente colapso de uma mina de exploração de sal-gema da Braskem, que pode provocar o afundamento do solo em vários bairros. O anúncio foi feito neste domingo (3). 
Em uma publicação em seu perfil, o governador afirmou que a equipe vai auxiliar no diagnóstico e na melhor maneira de enfrentar a situação, considerada mais grave nos bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro, que sofreram nos últimos abalos sísmicos devido à movimentação da mina 18. O grupo fluminense chega a Maceió ainda hoje, com quatro geólogos especializados em avaliação de risco e o presidente do Departamento, Luiz Magalhães. 
"O Rio de Janeiro é solidário a Alagoas neste momento em que a capital Maceió está na iminência de um desastre (...)  Nossa solidariedade ao povo alagoano!", escreveu Cláudio Castro. A mina 18 é formada por cavernas abertas pela Braskem para extração de sal-gema e que estavam sendo fechadas desde que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) confirmou que a atividade havia provocado o afundamento do solo na região. A matéria-prima é usada na indústria para obtenção de produtos como cloro, ácido clorídrico, soda cáustica e bicarbonato de sódio.
Por conta do iminente colapso da mina, que pode provocar o afundamento do solo, a área já está desocupada e a circulação de embarcações da população está restrita na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange. Ao todo, nove escolas foram estruturadas com carros-pipa, colchões, alimentação, equipes de saúde, da Guarda Municipal e de Assistência Social para receber até cinco mil pessoas vindas das regiões afetadas. 
Na madrugada deste sábado (2), um novo abalo sísmico foi registrado em Maceió, a 300 metros de profundidade, dessa vez com a magnitude de 0,89, de acordo com a Defesa Civil da capital alagoana. O tremor ocorreu no Mutange, onde está localizada a mina da Braskem, e o abalo foi mais intenso do que o registrado na noite de sexta-feira (1). Entretanto, o órgão registrou uma diminuição na velocidade de afundamento de terra, que agora é de 0,7 cm por hora, em um total de 13 cm nas últimas 24 horas. Durante a semana, o afundamento chegou a 50 cm por dia.
Em nota, a Braskem disse que continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, tomando as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências e que a área está isolada desde terça-feira (28). A empresa ressalta que a região está desabitada desde 2020. "Referido monitoramento, com equipamentos de última geração, foi implementado para garantir a detecção de qualquer movimentação no solo da região e viabilizar o acompanhamento pelas autoridades e a adoção de medidas preventivas como as que estão sendo adotadas no presente momento", disse a empresa.