Ao longo das investigações, 16 pessoas foram denunciadas Cleber Mendes / Agência O Dia
Operação do MPRJ mira milícia que atua na Praça Seca; policiais também são alvos
Agente da Civil e dois da PM foram denunciados durante as investigações; cinco pessoas foram presas
Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro realizou, nesta quinta-feira (25), uma operação contra a milícia que atua na comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, Zona Oeste. Entre os alvos, estavam um policial civil e dois militares. Cinco pessoas foram presas na ação. Com elas, foram apreendidas uma pistola, um rifle, munições e carregadores.
Entre os presos estão:
- Cláudio Rodrigo Monteiro, o "Ceta" ou "Seita";
- Luiz Carlos Pereira de Melo, o "Russo" ou "Xuxa";
- Douglas Henrique do Nascimento Alves, o "DG";
- Marcus dos Santos de Moraes, o "Semente";
- E o sargento da Polícia Militar Djarde de Oliveira da Conceição, o "Negão 18".
Na denúncia, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) aponta uma relação entre os integrantes do grupo criminoso e os policiais. O órgão afirma que esses agentes de segurança forneciam material bélico desviados de apreensões e até uniformes aos criminosos.
Uma decisão da Justiça determinou que os agentes investigados por envolvimento com a milícia fossem suspensos de suas funções públicas. Também foram determinados o sequestro de bens e o bloqueio de valores das contas dos denunciados, além de outras medidas cautelares.
De acordo com o Gaeco, o grupo mantinha envolvimento com PMs para que fornecessem informações privilegiadas. A relação com policiais civis servia para que não fossem “incomodados” na realização de suas atividades criminosas com investigações e eventuais prisões em flagrante, através de pagamentos de propina.
Ao todo, agentes do Gaeco saíram para cumprir 12 mandados de prisão e oito de apreensão. Ao longo das investigações, 16 pessoas foram denunciadas por associação criminosa, corrupção ativa e extorsão a comerciantes, empreendedores, vendedores ambulantes e mototaxistas.
Segundo as investigações, um dos denunciados, que exercia função de liderança da milícia até o final do ano de 2021, foi desligado do grupo criminoso e passou a fazer parte do grupo liderado por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que chefia outras localidades da Zona Oeste. O miliciano está preso desde dezembro do ano passado.
Também entre os denunciados pelo Gaeco está um homem que se passava por policial civil, permanecendo no interior de delegacias, utilizando arma, uniforme e distintivo, além de participar de operações em viatura oficial. De acordo com as investigações, o denunciado tem contatos com diversas unidades policiais e, inclusive, nos quadros da Corregedoria da corporação.
Procurada, a Polícia Militar informou que a Corregedoria Geral da corporação apoiou as ações do MPRJ na operação. O sargento Djarde foi preso em flagrante e foram apreendidos junto com eles papelotes, tablete de entorpecentes, diversas munições, dois carregadores de armas e dois celulares. Já o segundo agente alvo da ação, que não teve a identidade revelada, teve dois celulares apreendidos.
Equipes das 1ª e 4ª Delegacias de Polícia Judiciária Militar (DPJMs), unidades subordinadas à Corregedoria, auxiliaram nas ações. Os casos foram registrados na Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter).
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