Publicado 12/06/2024 14:50
Rio - O homem que comprou as armas do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, que morreu após comer um brigadeirão envenenado, é aguardado para prestar depoimento na tarde desta quarta-feira (12) na 25ª DP (Engenho Novo), responsável pelo caso. As duas pistolas foram recuperadas na segunda-feira (10) em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio.
PublicidadeSegundo o depoimento de uma testemunha, as armas foram vendidas por Victor Ernesto de Souza Chaffi, ex-namorado da cigana Suyany Breschak, mulher apontada como mandante do assassinato. A testemunha contou que Victor mostrou fotos das duas pistolas e perguntou se ele tinha interesse. O homem viu que as armas estavam com a numeração raspada, o que causou estranheza.
Ainda de acordo com a testemunha, as pistolas acabaram sendo vendidas para seu sobrinho, que possui registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), por R$ 14 mil. Victor, que responde pelo crime de receptação, ainda teria oferecido o carro e outros pertences do empresário.
O baixo valor dos produtos teria sido justificado por Victor com a informação de que o namorado de uma amiga havia falecido e, por isso, ela estaria vendendo, conforme apontou a testemunha aos policiais.
As armas foram apreendidas em uma rua de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, nesta segunda-feira (10). As pistolas teriam sido deixadas no local pelo próprio comprador.
Dívida de R$ 600 mil
Através de uma carta enviada a um ex-namorado, a psicóloga Júlia Cathermol, que está presa por suspeita de dopar o empresário com um "brigadeirão", disse que foi ameaçada e coagida durante o tempo em que ficou com a vítima. A suspeita alegou ainda que estava "fraca mentalmente" e que sofreu uma "lavagem cerebral". A versão se alinha à hipótese da polícia sobre Suyany ser mandante do crime e detentora de influência espiritual sobre Júlia.
Segundo as investigações, o crime teve motivação financeira, pois a psicóloga tinha uma dívida de R$ 600 mil com a cigana devido a contratação de trabalhos espirituais. A polícia apontou ainda que Suyany foi beneficiária de todos os bens furtados do empresário e recebeu o carro dele como parte do pagamento da dívida. O veículo da vítima foi encontrado em Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por R$ 75 mil, e recuperado, junto com outros bens.
Luiz Ormond teria sido assassinado com veneno em um doce entregue por Júlia. Exames do Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro confirmaram a presença de morfina e outras substâncias no corpo da vítima. O namorado da cigana afirmou que viu Suyany e Júlia moendo o remédio que seria misturado ao "brigadeirão envenenado" usado no homicídio.
"Eu não sabia que ela era capaz de fazer uma coisa dessa. De auxiliar alguém a matar outra pessoa. Ela [Suyany] chegou a falar que a Julia mandou uma mensagem assim: 'eu vim aqui malhar e ele está lá mortinho. Eu vi a Júlia moendo remédio lá de cima da pia lá de casa. Esfarelando o remédio. Elas pegaram esses pozinhos do remédio que estava virando pó, colocavam tipo no saquinho de sacolé. Dava um nó, guardou", contou em entrevista do "Fantástico", da TV Globo.
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