Publicado 18/06/2024 16:40 | Atualizado 18/06/2024 19:44
Rio - Uma câmera de segurança gravou o exato momento em que criminosos e um policial militar entram em confronto após uma tentativa de assalto, na manhã desta terça-feira (18), na Linha Amarela, na altura de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. A troca de tiros terminou com uma mulher e um homem mortos.
PublicidadeA gravação mostra os criminosos chegando em um carro e abordando duas pessoas em uma moto na saída 7 da Linha Amarela. Os suspeitos descem do veículo e rendem as vítimas. Logo depois, um policial militar aparece, saca sua arma e atira contra o grupo, gerando um confronto. Alguns suspeitos conseguem fugir, mas um deles é baleado. Toda a situação aconteceu em menos de um minuto.
Veja o vídeo:
Os disparos realizados durante o confronto acertaram uma mulher e um homem que estavam na região. A Polícia Militar afirmou que os bandidos foram os responsáveis pelos disparos na direção do ponto de ônibus onde estava Deborah Vilas Boas, de 27 anos. A mulher foi baleada e morreu ainda no local.
De acordo com familiares, a vítima estava a caminho do trabalho na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, quando o crime aconteceu. Ela trabalhava como faturista na área de saúde em uma empresa do bairro e tinha acordado por volta das 3h para chegar no local.
A família de Deborah esteve no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, na manhã desta terça-feira (18), para reconhecer e liberar seu corpo. O tio do marido da vítima, Waldir Souza, lamentou a violência no estado.
"Um amor de menina, 27 anos, uma filha de sete meses, saindo de casa para trabalhar, e aí de repente um tiroteio no meio da rua. A gente não pode mais andar no Rio de Janeiro, a gente sai e não sabe se vai voltar. Outra coisa é que eu estava no local, a perícia chegou depois e corpo não estava lá, por que recolheram o corpo antes da perícia chegar?", disse.
A mulher deixa o marido e uma filha de sete meses. Nas redes sociais, Deborah compartilhou todo processo da gestação até o nascimento da filha, além de fotos com a família e o crescimento da bebê. Na última quinta-feira (13), quando a menina completou "mêsversário", a comemoração foi com tema de festa junina.
"Cada mês uma descoberta, agora você bate palma, já fica em pé sozinha, se der confiança você ainda dança. Cada salto é uma descoberta e leva seus pais à loucura, mas estamos amando cada fase sua. Te amamos muito meu amor", publicou.
Além de Deborah, José Carlos da Silva Miranda, de 64 anos, também morreu após ser baleado. Ele estava dentro de um ônibus da linha 315 (Central do Brasil x Recreio) quando foi atingido.
A mulher será enterrada no Cemitério Vertical Memorial do Rio, em Cordovil, na Zona Norte do Rio, às 11h30 desta quarta-feira (19). O velório começa duas horas antes no mesmo local.
Ainda não há informações sobre o sepultamento do homem.
Buscas por suspeitos
Alexsandro de Andrade Venâncio, de 24 anos, suspeito ferido na troca de tiros, contou a policiais que estava na companhia de outros três criminosos conhecidos como MD, Coroa e Diretor. Um deles seria morador da comunidade do Arará, em Benfica, também na Zona Norte do Rio. A Polícia Civil busca pelo grupo.
O criminoso, que revelou ser da Mangueira, ainda na Zona Norte, foi socorrido e encaminhado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Ele segue internado na unidade sob custódia com quadro de saúde estável. Junto com o suspeito foram apreendidas duas pistolas.
O homem cumpria pena de um ano e oito meses, em regime aberto, por tráfico de drogas. Ele foi condenado em outubro de 2022 pelo crime e sua pena era consistentes na prestação de serviços à comunidade, em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos ou outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.
Indagado por uma testemunha, Alexsandro negou que realizou disparos durante o confronto. "Eu não matei. Eu não troquei tiro. Não dei nenhum tiro. Me ajuda, por favor. Liga para a ambulância. Não foi eu que matou ela", disse.
As mortes estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). A especializada busca pelas identificações e pelo paradeiro dos suspeitos que fugiram do local logo após a troca de tiros.
A perícia já foi realizada nos pontos onde Deborah e José Carlos morreram, além da área onde aconteceu o tiroteio. As duas armas dos suspeitos apreendidas na ação e uma do policial militar envolvido no confronto passarão por uma perícia para saber de onde partiu os disparos que acertaram as vítimas.
As diligências estão em andamento para elucidar as circunstâncias do crime e esclarecer todos os fatos.
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