Confronto na Linha Amarela terminou com mulher e homem mortos nesta terça-feira (18)Renan Areias/Agência O DIA

Rio - A Polícia Civil realiza buscas para encontrar os suspeitos de participarem de uma tentativa de assalto seguida de um confronto que terminou com a morte de duas pessoas, na manhã desta terça-feira (18), na Linha Amarela, na altura de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. Um criminoso, que foi baleado, disse para policiais os apelidos dos comparsas.
Ao ser questionado sobre o crime, Alexsandro de Andrade Venâncio, de 24 anos, suspeito ferido na troca de tiros, contou que estava na companhia de outros três criminosos conhecidos como MD, Coroa e Diretor. Um deles seria morador da comunidade do Arará, em Benfica, também na Zona Norte do Rio.
O criminoso, que revelou ser da Mangueira, ainda na Zona Norte, foi socorrido e encaminhado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Ele segue internado na unidade sob custódia com quadro de saúde estável. Junto com o suspeito foram apreendidas duas pistolas.
O homem cumpria pena de um ano e oito meses, em regime aberto, por tráfico de drogas. Ele foi condenado em outubro de 2022 pelo crime e sua pena era consistentes na prestação de serviços à comunidade, em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos ou outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.
Tiros mataram mulher e homem
Os disparos realizados durante o confronto entre os criminosos e policiais militares acertaram uma mulher e um homem que estavam na região. A troca de tiros aconteceu depois que PMs reagiram a uma tentativa de assalto dos suspeitos a uma dupla em uma moto.
Os criminosos, que estavam em um carro, se aproximaram de duas pessoas em uma motocicleta, próximo à saída 7 da Linha Amarela. Depois de anunciarem o assalto, os suspeitos foram surpreendidos pela presença de uma equipe do 22º BPM (Maré), que interviram no crime, gerando um confronto.
A Polícia Militar afirmou que os bandidos foram os responsáveis pelos disparos na direção do ponto de ônibus onde estava Deborah Vilas Boas, de 27 anos. A mulher foi baleada e morreu ainda no local. De acordo com familiares, a vítima estava a caminho do trabalho na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, quando o crime aconteceu. Ela trabalhava como faturista na área de saúde em uma empresa do bairro e tinha acordado por volta das 3h para chegar no local.
Indagado por uma testemunha, Alexsandro Venâncio, suspeito baleado e preso, negou que realizou disparos durante o confronto. "Eu não matei. Eu não troquei tiro. Não dei nenhum tiro. Me ajuda, por favor. Liga para a ambulância. Não foi eu que matou ela", disse.
A família de Deborah estiveram no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, para reconhecer e liberar seu corpo na manhã desta terça-feira (18). O tio do marido da vítima, Waldir Souza, lamentou a violência no estado.
"Um amor de menina, 27 anos, uma filha de sete meses, saindo de casa para trabalhar, e aí de repente um tiroteio no meio da rua. A gente não pode mais andar no Rio de Janeiro, a gente sai e não sabe se vai voltar. Outra coisa é que eu estava no local, a perícia chegou depois e corpo não estava lá, por que recolheram o corpo antes da perícia chegar?", disse.
A mulher deixa o marido e uma filha de sete meses. Nas redes sociais, Deborah compartilhou todo processo da gestação até o nascimento da filha, além de fotos com a família e o crescimento da bebê. Na última quinta-feira (13), quando a menina completou "mêsversário", a comemoração foi com tema de festa junina.
"Cada mês uma descoberta, agora você bate palma, já fica em pé sozinha, se der confiança você ainda dança. Cada salto é uma descoberta e leva seus pais à loucura, mas estamos amando cada fase sua. Te amamos muito meu amor", publicou.
Além de Deborah, José Carlos da Silva Miranda, de 64 anos, também morreu após ser baleado. Ele estava dentro de um ônibus da linha 315 (Central do Brasil x Recreio) quando foi atingido. 
A mulher será enterrada no Cemitério Vertical Memorial do Rio, em Cordovil, na Zona Norte do Rio, às 11h30 desta quarta-feira (19). O velório começa duas horas antes no mesmo local.
Ainda não há informações sobre o sepultamento do homem.
Investigação
As mortes estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). A especializada busca pelas identificações e pelo paradeiro dos suspeitos que fugiram do local logo após a troca de tiros. 
A perícia já foi realizada nos pontos onde Deborah e José Carlos morreram, além da área onde aconteceu o tiroteio. As duas armas dos suspeitos apreendidas na ação e uma do policial militar envolvido no confronto passarão por uma perícia para saber de onde partiu os disparos que acertaram as vítimas.
As diligências estão em andamento para elucidar as circunstâncias do crime e esclarecer todos os fatos.