Publicado 08/08/2024 14:25
Rio - A Polícia Civil prendeu, na manhã desta quarta-feira (8), cinco suspeitos de integrar um grupo de extermínio do jogo do bicho, responsáveis por diversos assassinatos na cidade. O principal alvo da operação, batizada de 'Malefactores', é acusado de vigiar o dono de um bar que foi morto à luz do dia em Vila Isabel, Zona Norte do Rio, em junho deste ano. Dois PMs e um militar da Marinha também foram presos em flagrante. Com eles, foram apreendidas armas ilegais, dinheiro, celulares e munição.
PublicidadeDe acordo com a Polícia Civil, Ryan Patrick Barboza de Oliveira, de 23 anos, encontrado na Baixada Fluminense, seria o responsável por monitorar o empresário Antônio Gaspaziane Mesquita Chaves, morto no dia 9 daquele mês. Nas investigações, o suspeito aparece em imagens seguindo a vítima pelo Centro do Rio em uma motocicleta no dia do crime.
Antônio, que era sócio em outros estabelecimentos, também foi monitorado enquanto esteve por 30 minutos em outra propriedade. Nesse período, Ryan passava informações para os assassinos. Quando a vítima saiu e embarcou no veículo, teve o carro interceptado, e os bandidos atiraram várias vezes contra o automóvel. Conforme os agentes, Chaves foi morto por ter desviado dinheiro de máquinas caça-níqueis instaladas em seus bares, que pertenciam ao grupo criminoso que domina a região.
Os outros presos são os policiais militares Thiago Alves Benício e Walter Eduardo de Souza Silva, além do oficial da Marinha Tiago Maurício Ribeiro. Com eles foram apreendidas armas irregulares e munições sem registro. O quarto detido foi identificado como Arthur Cássio Siqueira Leite.
Agentes das Delegacias de Homicídios da Capital e da Baixada Fluminense, juntamente com a Corregedoria da PM, também participaram da operação para cumprir 41 mandados de busca e apreensão sobre os homicídios de Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, e Alexsandro José da Silva, ambos em novembro de 2022, em Del Castilho, na Zona Norte.
A polícia acrescentou que os acusados são integrantes de uma organização criminosa voltada para comercialização de cigarros e exploração de jogos de azar. Durante as investigações, os agentes constataram que eles também monitoraram uma possível vítima, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, alvo da "Operação Fim da Linha", contra o jogo do bicho, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2022.
Homícidios à luz do dia
Os alvos da operação são suspeitos de cometer assassinatos à luz do dia que geraram grande repercussão na cidade. Um deles foi o do advogado Rodrigo Marinho Crespo, no dia 26 de fevereiro, em frente ao escritório em que trabalhava. A ação, que durou cerca de 14 segundos, aconteceu na calçada da Ordem dos Advogados do Brasil no estado (OAB-RJ), e a poucos metros do Ministério Público e da Defensoria Pública.
O assassino saiu de um carro branco que acompanhava a movimentação de Rodrigo até a frente do prédio e realizou oito disparos nas regiões do rosto e do tórax. Após o crime, os criminosos retornaram ao veículo e fugiram.
Os três suspeitos, Cezar Daniel Mondêgo de Souza, Eduardo Sobreira de Moraes e o policial militar Leandro Machado da Silva, estão presos e vão responder por homicídio qualificado.
PMs pode ser excluídos
A Polícia Militar informou que os agentes acusados de envolvimento no inquérito responderão a procedimentos administrativos disciplinares, que podem resultar na exclusão dos militares da corporação.
A PM ressaltou que reitera "seu impreterível compromisso com a transparência e condena qualquer cometimento de crime realizado por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos". Também acrescentou que "segue colaborando integralmente com as investigações da Polícia Civil".
A PM ressaltou que reitera "seu impreterível compromisso com a transparência e condena qualquer cometimento de crime realizado por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos". Também acrescentou que "segue colaborando integralmente com as investigações da Polícia Civil".
Procurada pelo DIA, a Marinha informou está acompanhando o caso e irá colaborar com as investigações policiais para apurar as circunstâncias do ocorrido. "Por oportuno, a MB reitera seu firme repúdio a quaisquer condutas e atos ilegais que atentem contra a vida, a honra e os princípios militares", finaliza a nota. fotogaleria
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