Laudos definitivos serão emitidos nesta segunda-feira (21)Edu Kapps/SMS
Publicado 20/10/2024 14:50
Rio - Depois da infecção por HIV de seis pacientes transplantados, o Hemorio analisou amostras de 286 doadores de órgãos e, de acordo com as análises preliminares, não havia mais nenhuma infectada pelo vírus. No entanto, a direção do instituto decidiu realizar uma segunda bateria de testes.

De acordo com o Hemorio, foi levado em consideração a enorme relevância do caso e o rigor que o processo exige. Os laudos definitivos serão emitidos nesta segunda-feira (21).

A situação foi descoberta no último dia 10 de setembro, como revelou a BandNews, quando um paciente transplantado foi ao hospital com sintomas neurológicos e teve resultado para HIV positivo. Logo depois, amostras dos órgãos doados pela mesma pessoa foram analisadas e outros dois casos confirmados. Há uma semana foi notificado que mais um receptor de órgãos teve o exame de HIV positivo, após o transplante, confirmando seis casos até o momento.

O laboratório PCS Saleme, responsável por fazer os exames de sangue nos doadores, foi contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes. O estabelecimento teve o serviço suspenso logo após o caso ser descoberto e foi interditado. Com isso, os testes passaram a ser realizados pelo Hemorio.

Desde o início das investigações da Polícia Civil, cinco pessoas foram presas. Walter Vieira, sócio do PCS Saleme, e Ivanilson Fernandes dos Santos, técnico do laboratório, acabaram presos durante a Operação Verum na segunda-feira (14). No dia seguinte, Jacqueline Iris Barcellar de Assis, auxiliar administrativa do estabelecimento, se entregou na Cidade da Polícia, em Benfica.
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O biólogo Cleber de Oliveira Santos foi detido na quarta-feira (16), após desembarcar no Aeroporto do Galeão de um voo de João Pessoa (PB). Neste domingo (20), durante a segunda fase, Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do PCS Saleme, foi presa em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Ela teria dado a ordem para economizar no controle de qualidade nos testes de diagnósticos de HIV feitos pelo laboratório.

A ação da polícia descobriu a falha operacional. Os reagentes dos testes precisavam ser analisados diariamente, mas as investigações apontaram que houve determinação para que fosse diminuída a fiscalização, que passou a ser feita semanalmente, visando a redução de custos e aumento de lucros.

As investigações indicam que os laudos falsificados foram utilizados pelas equipes médicas, induzindo-as ao erro, o que levou à contaminação de pelo menos seis pacientes. Os envolvidos foram autuados por diversos crimes como as relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária. O Tribunal de Justiça do Rio prorrogou por mais cinco dias a prisão temporária dos quatro funcionários. A decisão da 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu foi tomada nesta quinta-feira (17).

Com o avançar das investigações, a Polícia Civil desmembrou o procedimento que apura os falsos laudos emitidos pelo laboratório e instaurou um novo inquérito para investigar o processo de contratação do PCS Saleme.
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