Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora do PCS Saleme, foi presa durante operaçãoPedro Teixeira / Agência O Dia
Publicado 21/10/2024 19:35 | Atualizado 21/10/2024 19:52
Rio - A Justiça do Rio manteve, após audiência de custódia realizada nesta segunda-feira (21), a prisão de Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do laboratório PCS Saleme, investigado por erros em exames de HIV de doadores de órgãos.
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Adriana foi presa no domingo (20) durante a segunda fase da operação contra os envolvidos na emissão de laudos falsos que causaram infecções do vírus em pacientes transplantados. De acordo com o apurado, a funcionária teria dado a ordem para economizar no controle de qualidade nos testes de diagnósticos de HIV feitos pelo laboratório.
Durante a primeira fase da Operação Verum, a Polícia Civil descobriu uma falha operacional na realização dos exames. Os reagentes dos testes precisavam ser analisados diariamente, mas a polícia diz que houve determinação para que fosse diminuída a fiscalização, que passou a ser feita semanalmente, visando a redução de custos e aumento de lucros.
"Ela exercia uma função importante no contexto do laboratório, era coordenadora de uma unidade operacional e teria passado uma ordem para controlar os gastos do laboratório. No laboratório e na unidade onde os laudos foram emitidos fraudulentamente, ela exercia o cargo de chefe. Então, é uma pessoa muito importante para a investigação. Ela nega, mas a polícia segue investigando e tem bastante fundamento para contradizê-la", disse o delegado titular da Delegacia do Consumidor (Decon), Wellington Vieira.
A defesa de Adriana negou que ela tenha dado ordens para reduzir os custos, conforme explicou seu advogado, Leonardo Matuzzi. Segundo ele, caso essa ordem realmente tenha sido emitida, não partiu da coordenadora.
"Ela confirmou o que já havia informado na última quinta-feira (17). Hoje (domingo), presa, ela reiterou todas as suas declarações. Segundo ela, essa situação não ocorreu e essa ordem não foi dada por ela. E, se de fato houve essa instrução, não foi Adriana quem a emitiu. Ela atua como uma espécie de coordenadora, mas não realiza a calibragem dos equipamentos, nem a verificação do funcionamento," esclareceu.
Outras prisões
Quatro pessoas foram presas na primeira fase da operação. Walter Vieira, sócio do PCS Saleme, e Ivanilson Fernandes dos Santos, técnico do laboratório, foram presos na última segunda-feira (14). No dia seguinte, Jacqueline Iris Bacellar de Assis, auxiliar administrativa do estabelecimento, se entregou na Cidade da Polícia, em Benfica. Por fim, o biólogo Cleber de Oliveira Santos foi detido na quarta-feira (16), após desembarcar no Aeroporto do Galeão de um voo de João Pessoa, capital da Paraíba.
As investigações indicam que os laudos falsificados foram utilizados pelas equipes médicas, induzindo-as ao erro, o que levou à contaminação de pelo menos seis pacientes. Os envolvidos foram autuados por diversos crimes como as relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária.
Com o avançar das investigações, a Polícia Civil desmembrou o procedimento que apura os falsos laudos emitidos pelo laboratório e instaurou um novo inquérito para investigar o processo de contratação do PCS Lab. O trabalho conta com o apoio do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) da Polícia Civil e da Controladoria-Geral do Estado.
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