Carro de aplicativo onde estava Maycom Batista da Silva, de 25 anos, ficou destruído após colisão na RJ-104Arquivo pessoal
Porteiro fica tetraplégico após acidente com motorista de app sem habilitação em Niterói
Além de estar sem documento, o condutor Caio Teles Benevenuto Bretas estaria realizando corridas com a conta do pai
Rio – O porteiro Maycom Batista da Silva, de 25 anos, ficou tetraplégico após um grave acidente envolvendo um ônibus e o carro de aplicativo em que estava. A colisão ocorreu na Rodovia Amaral Peixoto (RJ-104), na altura do bairro Maria Paula, em Niterói, por volta das 5h20 da Quarta-feira de Cinzas.
Segundo a Polícia Civil, o motorista do aplicativo, Caio Teles Benevenuto Bretas, não tem habilitação e estaria realizando corridas com a conta do pai. O caso foi registrado na 78ª DP (Fonseca) como lesão corporal culposa provocada por colisão de veículo, mas a tipificação ainda pode mudar, considerando que o condutor estava sem documentação e se passando por outra pessoa na plataforma de corridas.
Ao DIA, Bianca Batista, irmã de Maycom, contou que ele estava na estação das barcas, em Niterói, com um amigo, quando solicitou uma corrida pelo aplicativo 99 com destino a sua casa, em Maria Paula, São Gonçalo. No meio do trajeto, o carro onde Maycom estava bateu na traseira de um ônibus da Viação Fagundes, ficando completamente destruído.
Equipes do Corpo de Bombeiros socorreram o porteiro e o levaram para o Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), em Niterói. Exames confirmaram uma lesão cervical grave, resultando em tetraplegia. Devido à complexidade do quadro e à necessidade de intervenção cirúrgica, Maycom foi transferido por volta das 13h do mesmo dia para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), onde segue internado no CTI.
O motorista do aplicativo e o amigo de Maycom não sofreram ferimentos. Segundo relatos, o veículo já acumulava três anos de dívida de IPVA e, de acordo com uma das vítimas, durante o percurso, o motorista dirigia de forma imprudente, acima da velocidade permitida. O amigo de Maycom chegou a pedir que o motorista reduzisse a velocidade, mas não foi atendido.
Agora, a família pede que a justiça seja feita. Caio foi ouvido na delegacia e liberado. Segundo o registro de ocorrência, ele não tinha sinais de embriaguez. “Os agentes ouviram o autor e buscam por testemunhas”, disse a 78ª DP (Fonseca), responsável pelas investigações.
O que diz a 99
Em nota, a 99 lamentou o ocorrido e informou que, assim que recebeu a denúncia, bloqueou o motorista cadastrado e iniciou uma apuração interna. "Uma equipe especializada foi mobilizada e tenta contato com os familiares dos passageiros para oferecer acolhimento, suporte e informações sobre acionamento do seguro. A empresa segue à disposição para colaborar com as investigações das autoridades, caso necessário", declarou a plataforma.
Ainda segundo a 99, o perfil dos condutores parceiros é exclusivo e intransferível, e a empresa tem uma política de tolerância zero para fraudes de qualquer natureza. "Em condutas como essa, o cadastro do motorista é bloqueado da plataforma", finalizou a empresa.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa do motorista de aplicativo. O espaço permanece aberto para manifestação.
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