Hospital Penal Hamilton Agostinho fica dentro do Complexo Penitenciário de GericinóArquivo / Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - A Justiça do Rio determinou o afastamento de policiais penais suspeitos de integrarem um esquema de extorsão contra presos em troca da emissão de laudos e atestados médicos. Os agentes atuam no Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho, em Bangu, na Zona Oeste, e foram alvos de uma operação, realizada nesta quarta-feira (12).
Entre os alvos estão o subsecretário de Tratamento Penitenciário da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Lúcio Flávio Correia Alves, e dos inspetores Thiago Franco Lopes, Aleksandro dos Santos Rosa e Márcio Santos Ferreira por suspeita de corrupção ativa e passiva e concussão.
Segundo o Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), a investigação sobre a quadrilha começou a partir da constatação da existência de um esquema criminoso dentro da unidade, localizada no Complexo de Gericinó, feita pela Corregedoria da Seap.
De acordo com o apurado, os presos com maior poder aquisitivo eram identificados por inspetores e, sempre que era exigida a emissão de um laudo médico ou nutricional, o grupo entrava em ação para cobrar valores ilícitos.
O MPRJ informou que uma advogada também estaria envolvida no esquema, atuando como intermediária entre os internos e seus familiares para a exigência dos pagamentos.
O órgão destacou que os alvos da Operação Mensageiros, que também estão proibidos de assumirem novos cargos públicos, desempenhavam funções específicas no esquema, exigindo quantias elevadas para fornecer documentos médicos que favorecessem os detentos.
Nesta quarta, equipes do MPRJ cumpriram 10 mandados de busca e apreensão contra os policiais penais. As ações são realizadas pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI). A Comissão de Defesa de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Corregedoria da Seap acompanham.
Procurada, a Seap informou que foi notificada da decisão nesta quarta-feira (12) e que vai cumprir todas as determinações da Justiça. A pasta ressaltou que a determinação é resultado de um procedimento aberto pela secretaria, por meio de sua Corregedoria, em dezembro de 2024, para apurar possíveis desvios de condutas por parte de servidores lotados no Hospital Hamilton Agostinho. A sindicância segue em andamento.