A 60ª DP (Campos Elíseos) ficou um mês fechada para reformas após ataque de criminososDivulgação

Rio - A 60ª DP (Campos Elíseos), localizada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi reaberta, na manhã desta terça-feira (18), após ficar um mês fechada. A delegacia foi alvo de um ataque de criminosos em 15 de fevereiro e passou por reformas.
No dia do crime, traficantes foram à distrital para liberar Rodolfo Manhães Viana, conhecido como "Rato" e apontado como chefe do tráfico da comunidade Vai-Quem-Quer, também em Duque de Caxias, e o seu braço direito, Wesley de Souza do Espírito Santo, o "Cabelinho". Eles foram presos no mesmo dia do ataque, mas já haviam sido transferidos quando os criminosos chegaram no local para resgatá-los.
A tentativa de resgate, que gerou uma intensa troca de tiros, deixou dois policiais civis feridos. Os agentes foram socorridos e levados para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN). Ambos receberam alta no mesmo dia.
As obras na delegacia começaram no dia 16 de fevereiro. De acordo com o Governo do Rio, o imóvel foi totalmente recuperado dos danos externos e internos em menos de 30 dias, sendo reaberto oficialmente nesta terça após um mês fechado. 
No local foram executados, entre outros serviços: reparos na alvenaria; substituição de divisórias, vidros e portas de vidros temperados; reforma da fachada; e pintura.
"Os policiais que trabalham aqui merecem esse tipo de condição e isso é o mínimo que a gente pode fazer para tentar restabelecer o estado anterior depois daquele ataque criminoso e terrorista", disse o secretário de Estado de Segurança Pública, Victor Santos.
Segundo a Polícia Civil, o crime não causou prejuízo aos casos registrados na 60ª DP (Campos Elíseos) e as diligências seguiram em andamento. Enquanto estava fechada, o atendimento à população foi realizado temporariamente na 59ª DP (Duque de Caxias).
Até esta terça-feira (18), as polícias Civil e Militar já prenderam mais de 40 criminosos que participaram direta ou indiretamente na ação. Ao menos cinco suspeitos morreram em confrontos com policiais no decorrer das operações contra a quadrilha.
Além das prisões relacionadas ao crime, as polícias também buscam combater a lavagem de dinheiro do Comando Vermelho, que usa os recursos advindo dos delitos que fomenta para financiar as disputas por expansão territorial e a "caixinha" que garante o luxo dos traficantes e de seus familiares.
Responsável pelo ataque
Segundo as investigações, o ataque foi ordenado por Joab da Conceição Silva, de 32 anos, apontado como chefe do tráfico da comunidade Rua Sete, também em Duque de Caxias. O criminoso é ligado ao Comando Vermelho (CV) e possui envolvimento em guerras entre facções por territórios da Baixada. O grupo liderado por ele é considerado um dos mais armados nas comunidades ao redor das áreas de Campos Elíseos, Jardim Primavera e Saracuruna.
"A investigação está bem evoluída e adiantada. Diariamente estamos realizando diligências e algumas prisões. Podem acreditar que o Joab vai ser capturado em um curto espaço de tempo", destacou o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
Joab ganhou o direito do benefício de Visita Periódica ao Lar (VPL) em outubro de 2019 e desde então não retornou a sua unidade prisional - o Instituto Penal Vicente Piragibe, em Bangu, na Zona Oeste -, sendo considerado foragido. Em sua ficha criminal, constam 55 passagens pela polícia, por crimes como tráfico, associação para o tráfico, porte ilegal de arma, extorsão, roubo de carga e receptação.

No dia 17 de fevereiro, a Polícia Civil demoliu uma mansão que estava em construção, que é apontada como a casa de Joab. De acordo com a corporação, o imóvel, que seria construído no bairro Jardim Primavera, foi erguido com dinheiro do crime e contava com piscina e churrasqueira.
No mesmo dia, duas pessoas que atuavam como "laranjas" do Comando Vermelho (CV) em esquemas de lavagem de dinheiro para o criminoso foram presas, e um depósito de bebidas suspeito de fazer parte do esquema também foi estourado.