Rio - A cantora Sonia Delfino morreu aos 82 anos, no Rio, nesta quinta-feira (20). A morte foi confirmada por familiares através das redes sociais. A causa, no entanto, não foi divulgada. O velório acontece na manhã desta sexta (21), no cemitério Memorial do Carmo, no Caju.
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A Sociedade Brasileira de Administração e Proteção de Direitos Intelectuais (Socimpro), de onde Sonia era sócia-fundadora, lamentou a perda. "A música brasileira se despede de Sonia Delfino, uma voz marcante e uma artista inesquecível. Pioneira da Bossa Nova e sócia-fundadora da Socimpro, Sonia deixou um legado que continuará vivo em cada nota e melodia. Nos despedimos com imensa tristeza da nossa querida amiga. Sua voz, seu talento e sua generosidade marcaram a música brasileira e os corações de todos que tiveram o privilégio de conhecê-la", diz a publicação.
"Sonia sempre esteve ao lado dos artistas, levando alegria, apoio e inspiração. Sua ausência será sentida profundamente, mas seu legado seguirá vivo em cada canção e em nossas lembranças mais afetuosas. Descanse em paz, Sonia. Você sempre estará conosco", finaliza o comunicado.
Trajetória
Sonia iniciou a trajetória profissional em 1955 no programa "Clube do Guri", na extinta TV Tupi. Em 1960, ganhou o prêmio de cantora revelação das mãos do governador do Rio, Carlos Lacerda. No mesmo ano, lançou seu primeiro LP, "Sonia Delfino canta para a Mocidade".
Nas telinhas, artista apresentou o programa "Alô, Brotos", ao lado do cantor Sérgio Murilo, na Tupi. Com o sucesso da atração, ela gravou mais dois LPs: "Alô Brotos" e "Alô, Brotos-2". Entre os maiores sucessos da artista estão "Bolinha de Sabão", do compositor Orlandivo, além de regravações de "O Barquinho" e "Diga que me Ama". Ela também chegou a ser chamada de Celly Campelo carioca.
Nos cinemas, participou dos filmes "Tudo Legal" (1960) e "Um Candango na Belacap" (1961). Depois de se casar com um diplomata nos anos 70, abandonou a carreira musical. Em 1983, entretanto, retomou o ofício, passando a se apresentar em pequenas casas noturnas no Rio. Em 1998, participou de uma homenagem aos 40 anos de carreira da bossa nova e do cantor Roberto Menescal.
Nos últimos anos, apesar de bastante reclusa, chegou a fazer apresentações no tradicional baile de Carnaval da Cinelândia, além de alguns shows exaltando estrelas da Era do Rádio, como Marlene, Emilinha Borba e Ademilde Fonseca.