A jovem, de 24 anos, estava grávida quando foi atingida por um tiro de fuzil no tóraxDivulgação

Rio – Os policiais militares envolvidos na ação que matou Kathlen Romeu, em junho de 2021, serão levados a júri popular, após determinação da Justiça do Rio, ainda sem data marcada. A decisão foi publicada na terça-feira (25) pela juíza Elizabeth Machado Louro. Ela afirmou que se baseou no laudo da reprodução simulada para indicar a autoria dos dois agentes.
Serão levados a júri popular os PMs Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias. "O laudo de reprodução simulada acostado no índice 1047 é suficiente para indiciar a autoria, ao menos para os fins desta decisão", destacou a juíza. Eles vão aguardar o julgamento em liberdade. A jovem, de 24 anos, estava grávida quando foi atingida por um tiro de fuzil no tórax, no Complexo do Lins, na Zona Norte.
Relembre o caso
Os policiais militares Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias são acusados de serem responsáveis pelos disparos. Além de réus por homicídio, eles respondem, junto com mais três PMs, por fraude processual, pois teriam alterado a cena do crime.
Os dois realizavam patrulhamento de rotina na área conhecida como Beco da 14, próximo à Rua Araújo Leitão, por onde a jovem passava com a avó. A dupla alega que houve troca de tiros com traficantes locais e que a vítima acabou sendo atingida.
Ao DIA, a avó da jovem desabafou sobre o que espera deste caso. "A família espera que a justiça seja feita e que a Justiça reconheça o erro desses policiais, que hoje nós tenhamos uma resposta que a família, os amigos e toda a sociedade precisam. Esse abuso de poder dos policiais tem que ter um fim. Eles tiraram não só a vida da Kathlen, como a do bebê dela, tiraram a nossa saúde, toda a nossa alegria, e estão soltos, vivendo a vida deles maravilhosamente bem, como se nada tivesse acontecido. Aqui dentro do fórum, eles estão com cara de que vieram passear, debochados, alegres, com uma fisionomia de que 'tudo nós podemos e nada vai nos acontecer'. Minha neta, a única arma que ela usava era estudar, trabalhar e ter um filho no ventre", desabafou Sayonara de Fátima Queiroz de Oliveira, avó de Kathlen.