Lixo era despejado irregularmente em aterro sanitário clandestino no Jardim GramachoDivulgação
Operação identifica 15 empresas suspeitas de descartar lixo em aterro clandestino na Baixada
Oito pessoas foram levadas para prestar depoimento na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA)
Rio - A Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade do Rio (Seas) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) realizaram, com apoio das polícias Civil e Militar, uma operação de fiscalização em um aterro sanitário no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, nesta segunda-feira (31). Os agentes identificaram 15 empresas que despejavam lixo de maneira irregular, incluindo caçambas com restos de obra, eletrônicos e orgânicos. Oito pessoas foram conduzidas à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) para prestarem esclarecimentos.
De acordo com as investigações, os suspeitos recolhiam os materiais e os transportavam clandestinamente até o aterro. O descarte irregular era uma prática adotada com objetivo de reduzir custos e maximizar os lucros. Durante a operação, os agentes encontram dois fornos para produção de carvão vegetal em funcionamento dentro do aterro sanitário.
"O combate aos aterros clandestinos é fundamental para a preservação ambiental. Esses locais irregulares contaminam o solo e os recursos hídricos, além de representarem riscos à saúde pública. A prioridade é reforçar as fiscalizações. Nós estamos falando de uma área que há décadas vem sofrendo, a cada dia, com o descarte irregular de resíduos sólidos e que já vinha sendo monitorada pelo Governo do Estado", comentou o secretário estadual do Ambiente, Bernardo Rossi.
O titular da pasta explicou que casos como esse também passarão a ser foco do 'Olho no Verde', que detecta alertas de desmatamento por meio de imagens de satélite. "O programa, que já faz o monitoramento das nossas matas, passará a atuar no descarte irregular de resíduos sólidos no entorno da Baía de Guanabara", conta Rossi.
Os fiscais e policiais estiveram em empresas e depósitos localizados próximos ao aterro clandestino a fim de verificar a regularidade da documentação. De acordo com o Inea, há registro de, pelo menos, duas infrações ambientais: disposição irregular de resíduos sólidos, com multa que pode variar entre R$ 1 mil e R$ 200 mil; e poluição do solo, com multas entre R$ 1 mil a R$ 500 mil. A estimativa é de que o valor arrecadado com as sanções aplicadas chegue a R$ 1,5 milhão.
"Com as informações detalhadas sobre as empresas envolvidas e a forma como operam, a nossa investigação avançará para identificar não apenas os responsáveis diretos, mas também aqueles que realmente lucram com o descarte irregular. O nosso objetivo é responsabilizar todos os envolvidos e coibir essa prática ilegal", explicou o delegado.






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