A SES estima que atendentes perdem cerca de 11 minutos por ano com trotesMaurício Bazilio/SES-RJ
1º de abril: Samu-RJ recebeu mais de 27 mil trotes só na capital nos últimos 12 meses
Ligações falsas representam 4% do total de chamadas atendidas pelo serviço no período
Rio – Muitas pessoas aproveitam o 1º de abril para contar pequenas mentiras, mas em contrapartida, há quem não saiba brincar, usando até um serviço importante para aprontar. É o caso do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Rio de Janeiro (Samu-RJ), que só na capital fluminense, entre março de 2024 e fevereiro de 2025, recebeu mais de 27 mil trotes.
A Secretaria de Estado de Saúde aproveitou mais um 1º de abril para divulgar alguns números relacionados a ligações por motivos simulados, que correspondem a 4% do total de chamadas atendidas pelo serviço no mesmo período: 669 mil.
A estatística preocupa, mas já foi pior, já que, ainda de acordo com a SES, após uma campanha educativa no ano passado, os trotes sofreram uma queda de 32,7%.
Sobre o perfil das ligações falsas, a SES informa que, em fevereiro deste ano, por exemplo, das 1.670 chamadas, 1.010 tiveram autoria de crianças e adolescentes abaixo dos 18 anos, ou seja, 60,5% do total. Já as ocorrências inventadas passam por palavras obscenas, com crianças e falsos pedidos de socorro.
E quanto ao tempo que os atendentes desperdiçam com as mentiras, a secretaria estima que fique em torno de 11 dias ao ano, já que cada trote dura, em média, 35 segundos. Isso porque o profissional leva aproximadamente de 30 segundos a um minuto para tomar decisões que podem salvar vidas. Portanto, a orientação, claro, é que que se use a central 192 apenas para casos verídicos. Mesmo que seja 1ª de abril.
Bárbara Alcantara, coordenadora geral do Samu-RJ, faz um apelo: “Nossa maior preocupação é empenhar um recurso para uma ocorrência que não existe de fato, deixando de atender o paciente que realmente precisa de socorro. Os treinamentos diários ajudam na identificação da falsa ligação e evitam o acionamento desnecessário das equipes, mas também contamos com a conscientização da população e o apoio dos pais na sensibilização das crianças e adolescentes”.
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