Rio – O técnico de telecomunicações Antonio Sergio Almeida de Oliveira foi preso sob suspeita de fraudar contratações de serviços de Internet a fim de desviar equipamentos. Policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) capturaram o homem, nesta quinta-feira (8), enquanto ele simulava uma instalação em Rocha Miranda, Zona Norte do Rio.
Equipamentos apreendidos na açãoReprodução
O DIA apurou que ele atuava pela IHS, uma empresa terceirizada que presta serviços para a operadora Tim.
Segundo a Polícia Civil, o modo de agir de Antonio Oliveira consistia em criar cadastros utilizando dados pessoais falsos ou até verdadeiros, obtidos ilegalmente, para gerar ordens de serviço fictícias no sistema da operadora.
A partir desses registros, ele efetivava a contratação de planos de Internet em nome de pessoas que, obviamente, não haviam solicitado o serviço e, portanto, desconheciam o fornecimento de sinal.
Para passar credibilidade e driblar fiscalizações, o suspeito chegava a se dirigir a endereços cadastrados e simulava a execução de um serviço, inclusive subindo em postes e gesticulando como se, de fato, estivesse realizando uma instalação. Ele sequer visitava imóveis ou prestava atendimento a possíveis clientes, mas acessava o sistema da operadora e assinalava o trabalho como concluído.
Danos
Assim, Antonio Oliveira conseguia ficar com os modens destinados às residências às quais ele dizia ter visitado para usá-los em atividades ilícitas - ainda não identificadas -, o que gerava prejuízo à operadora. A reportagem do DIA procurou a TIM e a IHS e aguarda retorno.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, a prática do suspeito também expunha as pessoas que ele apontava como clientes ao uso indevido dos dados delas, o que gerava cobranças e negativações injustas.
As investigações tiveram início a partir de auditorias internas da TIM, que levantaram suspeitas. Por exemplo: concentração anormal de ordens de serviço em nome de um único profissional; ausência de evidências físicas de instalação nos imóveis registrados; e repetição de endereços com inconsistências cadastrais.
Antonio Oliveira, que já possui antecedentes criminais por roubo e estelionato, vai responder por furto qualificado. A DDSD, que recolheu equipamentos na ação, segue com as investigações para identificar não somente possíveis comparsas nas fraudes, mas também a destinação dos equipamentos desviados, o que pode levar a suspeitos pelo crime de receptação, caso sejam identificadas aquisições ou intermediações de venda dos modens desviados.
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