Juliana Marins morreu após cair em trilha na IndonésiaReprodução/Redes sociais

Rio - A polícia de Lombok Oriental, na Indonésia, ouviu nesta segunda-feira (30) o guia que acompanhou Juliana Marins, de 26 anos, na trilha do Monte Rinjani. Em entrevista ao jornal local 'Jakarta Globe', o chefe da unidade de investigação, Made Dharma Yulia Putra, afirmou que foram interrogados Ali Musthofa, responsável por conduzir o grupo, e outras três pessoas envolvidas na excursão. Entre eles estão o carregador das malas dos turistas, um homem que auxiliou no resgate e um policial florestal.
As autoridades abriram inquérito para apurar as circunstâncias da morte da jovem brasileira. Nos próximos dias, outras testemunhas também deverão ser ouvidas. A Embaixada do Brasil informou que acompanha os desdobramentos das investigações.
Segundo Manoel Marins, pai de Juliana, o guia contou que deixou a publicitária sozinha por, ao menos, 40 minutos para fumar e, ao retornar, não a encontrou no local. A situação teria ocorrido logo após a jovem se queixar de cansaço.
Além da polícia local, a Defensoria Pública da União (DPU) pediu que a Polícia Federal investigue a morte da brasileira. O objetivo é saber se houve omissão por parte das autoridades do país asiático e assegurar a correta apuração do caso.
Translado do corpo 
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que realizará o translado do corpo de Juliana nesta terça-feira (1º), entre o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, e a Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. O pouso está previsto para às 18h30.
Relembre o caso 
Juliana fazia uma trilha no Monte Rinjani, no dia 21, quando caiu em um penhasco do vulcão. Desde então, houve grande expectativa sobre o resgate dela, que só era vista por imagens feitas por um drone. Em uma das tomadas, ela ainda se mexia. Apenas no dia 24, equipes de socorro confirmaram a morte da moradora de Niterói, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Durante o intervalo entre a notícia da queda e o resgate, a família reclamou da demora em iniciar os trabalhos de busca. O corpo só foi resgatado no dia 25 e, para a família, houve negligência.
Segundo a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, a brasileira não foi resgatada a tempo por conta das condições meteorológicas, terreno complicado e problemas na logística das operações de socorro.
Corpo passará por autópsia no Brasil
Uma autópsia realizada por profissionais da Indonésia concluiu que a turista brasileira morreu em decorrência de hemorragia, provocada por danos a órgãos internos e fraturas ósseas. Segundo os legistas, os ferimentos foram provocados por traumas por contusão, ocorridos algumas horas antes do resgate do corpo.
O laudo explica que depois do início da hemorragia, a morte levou menos de 20 minutos para ocorrer. A equipe também descartou morte por hipotermia, porque não há sinais de lesões teciduais nos dedos.
No entanto, a Advocacia-Geral da União (AGU) comunicou, nesta segunda-feira (30), que cumprirá voluntariamente o pedido de nova autópsia no corpo de Juliana. O pedido foi feito pela Defensoria Pública da União (DPU) e o novo exame está previsto para acontecer assim que o corpo chegar no Brasil, nesta terça-feira (1º).