Tenente-coronel Ivan Blaz foi exonerado do cargo de comandante do 2º BPM (Botafogo)Marcos Porto/Arquivo O Dia
Tenente-coronel Ivan Blaz é denunciado pelo MPRJ por invadir prédio à procura de traficante
Ele simulou formar um casal com uma sargento para tentar entrar no edifício, segundo investigações
Rio - O Grupo de Atuação Especial em Segurança Pública do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaesp/MPRJ) denunciou, nesta quinta-feira (3), o tenente-coronel da Polícia Militar Ivan Souza Blaz Júnior pelos crimes de constrangimento ilegal e invasão de domicílio. O PM é alvo da queixa por ter acessado ilegalmente, em janeiro deste ano, um prédio residencial no Flamengo, na Zona Sul, com o argumento de que pretendia prender o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, líder da facção Terceiro Comando Puro (TCP) no Complexo de Israel, na Zona Norte.
Segundo promotores de Justiça do Gaesp, Blaz, então comandante do 2º BPM (Botafogo), praticou os crimes quando coordenava uma operação de inteligência a partir de uma denúncia anônima dando conta de que Peixão estaria em um apartamento do edifício visitando o pai.
Dentre os PMs que o acompanhavam na ação, uma sargento ajudou Blaz a simular um casal a fim de facilitar o ingresso ao condomínio, mas a estratégia falhou. Isso porque o porteiro negou a entrada do tenente-coronel, que não se apresentou formalmente como policial e ainda segurava uma lata de cerveja. Após a negativa, ele permaneceu nas imediações aguardando uma oportunidade para entrar no prédio.
Ainda de acordo com o Gaesp, Blaz conseguiu, enfim, acessar o edifício, sem um mandado judicial ou indícios concretos de crime em flagrante. Com uma arma em punho, obrigou o porteiro a deitar-se no chão e, na sequência, a acompanhá-lo por todos os andares. O PM ainda ordenou que dois moradores entregassem seus celulares a ele e ficassem na portaria sob vigilância da sargento que o acompanhava.
À época do ocorrido, a PM informou que "ao tomar conhecimento dos fatos, o secretário de Estado da PM, coronel Marcelo de Menezes, exonerou Blaz do cargo de comandante do 2º BPM (Botafogo) e o transferiu para a Diretoria Geral de Pessoal da PM". A reportagem do DIA tenta com a corporação um posicionamento atualizado sobre o caso. O processo contra Blaz tramita junto à Auditoria da Justiça Militar.
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