O ex-governador do Rio Sérgio CabralDivulgação
STF mantém condenação de Sérgio Cabral e nega vínculo com decisão sobre Youssef
Para Dias Toffoli, não há semelhança entre o caso do ex-governador do Rio e o processo que anulou provas contra o doleiro da Lava Jato
O Supremo Tribunal Federal (STF) negou, nesta quinta-feira (31), o pedido da defesa de Sérgio Cabral para derrubar uma de suas condenações ligadas à Operação Lava Jato. O ministro Dias Toffoli concluiu que não existe conexão direta entre o processo do ex-governador do Rio de Janeiro e a decisão que, em julho, levou à anulação de provas contra o doleiro Alberto Youssef.
Os advogados de Cabral sustentaram que as investigações que resultaram na condenação dele teriam como base elementos comuns ao caso de Youssef, beneficiado recentemente por decisão do próprio Toffoli. O ministro, porém, descartou essa interpretação, afirmando que as situações são distintas. “A causa da querela reside em situação fática e em elementos subjetivos estranhos aos examinados no precedente invocado”, registrou na decisão.
A condenação em questão foi aplicada em 2017 pelo então juiz Sergio Moro, após denúncias de que Cabral recebeu propina da empreiteira Andrade Gutierrez em troca de contratos para obras públicas, resultando em pena de 14 anos de prisão.
Desde a decisão que favoreceu Youssef, outros investigados têm tentado reverter sentenças com argumentos semelhantes. Cabral é um dos que acionaram o STF, assim como Carlos Habib Chater, apontado como dono do posto de combustíveis que deu origem à operação em 2014.
Mesmo com parte de suas sentenças já anuladas, Cabral ainda acumula dezenas de processos. As penas somadas, considerando as condenações mantidas, ultrapassam 400 anos de prisão, e não há previsão de um desfecho definitivo para todos os casos.

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