Maína Celidônio, secretária municipal de Transportes, na Câmara do Rio, nesta terça (12), para audiência pública Reginaldo Pimenta/Agência O Dia

Rio - A Câmara de Vereadores promoveu, nesta terça-feira (12), uma audiência pública para debater o novo modelo de gestão do transporte público da capital fluminense. Responsável pelo assunto na Prefeitura do Rio, a secretária Maína Celidônio esteve presente, assim como representantes dos meios alternativos de deslocamento, que demonstraram preocupação com o futuro.
A proposta do Sistema Rio, como foi batizado o novo modelo, é padronizar e modernizar o já tradicional sistema de ônibus até 2028. Enquanto isso, quem trabalha com o transporte alternativo teme a extinção.
“O projeto da Prefeitura do Rio é magnífico, mas qual será o futuro das vans, das kombis e dos cabritinhos? A categoria precisa de ajuda e solução”, disse José Eduardo Alves, do Sistema de Transporte Público Complementar (STPC).
Dentre as reivindicações deles, estão o repasse do dinheiro três vezes por semana e não apenas uma, como acontece atualmente; a falta de validadores nos veículos; cartões de recarga passando como gratuidade; e uma falta de respostas da SMTR.
Maína Celidônio, entretanto, garantiu que a categoria não ficará de fora do Sistema Rio: “O transporte complementar não vai acabar. A categoria pode ficar tranquila. A secretaria acredita na sua importância como essencial para a mobilidade urbana da cidade”.
Aos que ainda não conseguiram instalar os validadores do Jaé, a secretária citou o prazo de mais de um ano para os operadores e novo recadastramento, ainda a ser marcado, dos veículos que ainda não contam com o equipamento. Celidônio ainda assegurou que os pagamentos passarão a ocorrer às terças e sextas-feiras.
Questionada sobre subsídios, ela reconheceu que a tendência é a solução ser estendida do transporte por ônibus ao alternativo.
Etapas do novo modelo
Em 2 de julho, a prefeitura lançou o edital de consulta pública antes de seguir com uma nova licitação para o sistema de ônibus da cidade. Até o próximo dia 21, a população poderá enviar sugestões e contribuições por meio do site da SMTR.
Após a consulta pública, a adoção do Sistema Rio será dividida em cinco etapas. A primeira, com previsão de início para abril de 2026, vai contemplar os bairros de Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste, considerada a mais crítica. A ideia por lá, por exemplo, é aumentar em mais de 100% o número de ônibus locais.
Já para última fase, com previsão de término em 2028, o objetivo é ter todas as regiões da cidade operando sob as novas regras. O investimento total deverá ser de cerca de R$ 570 milhões.
A modalidade da licitação para o Sistema Rio se dará no formato de concessão comum, com prazo contratual de 10 anos. Na audiência pública com a Comissão de Transportes e Trânsito da Câmara, a secretária Maína Celidônio acrescentou sobre o modelo: “Estamos passando de quatro consórcios para 34 lotes menores e frotas menores. Com isso, temos mais flexibilidade e facilidade para terminar os contratos, se tivermos problemas”.
Dentro da meta de padronizar o transporte por ônibus no Rio, está a implementação da nova bilhetagem eletrônica, o Jaé, obrigatório na cidade desde o início do mês, além de melhorias.
Por exemplo, maior acessibilidade, com pisos baixos; equipamentos para carregamento de celular; sensor de temperatura do ar-condicionado; sistema sonoro com alto-falante; e botão de pânico e assédio. Tudo em uma frota zero quilômetro, com padrão Euro VI, considerado mais eficiente e menos poluente.