Policiais federais buscam cumprir 16 mandados de busca e apreensão em cidades do Estado do RioDivulgação

Rio - A Polícia Federal realizou, na manhã desta quarta-feira (10), uma operação para investigar um desvio de recursos públicos federais destinados à saúde. Investigações identificaram movimentações suspeitas a partir da contratação de uma organização social por, ao menos, oito municípios do Estado do Rio.
A Operação Antracito apura crimes como peculato, associação criminosa e lavagem de capitais. A ação conta com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), que destaca que já foi pago cerca de R$ 1,6 bilhão em contratos firmados com a instituição, sendo R$ 91 milhões em recursos federais.
Segundo a PF, auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e pela CGU revelaram graves irregularidades nas contratações envolvendo a organização social investigada, dentre as quais destacam-se: a ausência de seleção objetiva, falta de comprovação de prestação de serviços e contratações direcionadas, inclusive de empresas recém-constituídas.
"Foi possível identificar que valores que seriam destinados a saúde foram usados em despesas diversas, tais como consultorias e serviços jurídicos de pessoas ligadas a dirigentes da organização. Com isso, a operação foi deflagrada e o material apreendido será analisado para continuidade das investigações, quiçá para novas fases serem deflagradas", disse o delegado Adriano Espindula Soares, chefe da Delegacia da PF em Macaé, no Norte Fluminense, responsável pelo caso.
A investigação, iniciada pela Delegacia de Polícia Federal em Macaé (DPF/MCE), teve como ponto de partida o desvio de recursos públicos provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de contratos firmados entre 2022 a 2024 com prefeituras de diversos municípios do Estado do Rio, incluindo Duque de Caxias, São Gonçalo, Arraial do Cabo, Saquarema, Cachoeiras de Macacu, Santa Maria Madalena, Cordeiro e Quissamã.
Nesta quarta, policiais cumpriram 16 mandados de busca e apreensão contra pessoas físicas e jurídicas, nas cidades do Rio de Janeiro; Niterói, São Gonçalo, Rio Bonito e Cachoeiras de Macacu, Região Metropolitana; Saquarema, Região dos Lagos; e Santa Maria Madalena, Região Serrana.
Os investigados poderão responder pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de capitais.