Crime aconteceu na Rua Nova, em Rio das PedrasReprodução / Redes Sociais

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Romulo Cunha
Rio - Uma idosa e um adolescente morreram baleados durante um ataque a tiros em Rio das Pedras, na Zona Sudoeste, na noite desta quinta-feira (2). Outras duas pessoas ficaram feridas.
O crime aconteceu na Rua Nova. De acordo com relatos de testemunhas repassados à Polícia Militar, três homens chegaram em um carro e atiraram diversas vezes em direção às vítimas, fugindo em seguida. Informações preliminares apontam que o ataque teria relação com a disputa entre tráfico e milícia.
Agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) estiveram no endereço e encontraram Iraci Adelgado da Silva, de 78 anos, já sem vida. A idosa estaria sentada no portão de casa. Além dela, um adolescente, de 17 anos, também morreu no local.
Bombeiros recolheram os corpos por volta das 23h20 e levaram para o Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio.
Outras duas pessoas foram socorridas por populares e encaminhadas para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que Wanderson Estevam Paes Gomes deu entrada com fratura exposta e tem quadro estável. Já Alexandre Melo Aração teve lesão perfurante e recebeu alta na madrugada.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Segundo a Polícia Civil, a perícia foi realizada no local e outras diligências estão em andamento para apurar a autoria do crime.
Segundo episódio violento em 48h
A região da Grande Jacarepaguá sofreu com o segundo episódio violento no período de 48h. Na última terça-feira (30), seis corpos foram encontrados dentro de um veículo na Estrada dos Bandeirantes, na região da Cidade de Deus, Zona Sudoeste.
As vítimas são: Marcos Paulo da Silva, de 32 anos; Samuel da Silva Pinto, de 26; Alex Lima da Silva Matos, de 24; Kauã Mateus Bragança de Souza, de 23; Juan Vitor Virgens Augusto, de 21; e um adolescente de 16. A DHC também apura o caso. 
Ao DIA, Carlos Augusto Nascimento, presidente da Associação de Moradores de Vargem Grande e Vargem Pequena (AmoVargens), contou que se sente preocupado com a recente violência na região.
"Todo o Rio de Janeiro está assim. Estamos vivendo momentos difíceis, infelizmente. Em Vargem Grande e Pequena não chegou ao ponto do que aconteceu na Gardênia Azul. Não está ruim, mas não posso dizer que está 100% bom. É uma situação preocupante porque ainda pode chegar aqui. Não vou dizer que a violência de outras partes da cidade não chegará, até porque temos comunidades, mesmo ainda muito pequenas onde a maioria das pessoas se conhecem e são oriundas do próprio bairro. Mas é preocupante. Fico chateado com essas coisas", destacou.
Traficantes e milicianos disputam corriqueiramente o controle territorial da Grande Jacarepaguá. De acordo com as investigações, o Comando Vermelho domina boa parte das comunidades da região, o que vem motivando operações policiais. Na Gardênia Azul e na Cidade de Deus, 22 pessoas foram presas, na última segunda-feira (29). A Polícia Civil aponta que os bairros têm papel fundamental na logística de expansão do CV na área. Rio das Pedras, controlado pela milícia, é um do alvos do tráfico para aumentar seus domínios.
"Território é sinônimo de receita. Obviamente, eles querem explorar aquele território e todos os serviços que aquela comunidade consome", disse o secretário de Estado de Segurança Pública, delegado Victor Santos, em coletiva após a operação realizada no último dia 29.
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) apontam que ocorreram 84 casos de letalidade violenta na região do Anil, Cidade de Deus, Curicica, Gardênia Azul, Jacarepaguá e Taquara de janeiro a agosto deste ano. O número é menor que o mesmo período do ano passado, que registrou 109.
Dos 84 casos, 54 foram homicídios dolosos, quando há intenção de matar. Além desse crime, o indicador de letalidade violenta corresponde também ao somatório dos seguintes de roubo seguido de morte (latrocínio), lesão corporal seguida de morte e morte por intervenção de agente do Estado.