Amigos e familiares usaram camisas com uma homenagem à Verônica durante o velório da jovemÉrica Martin/Agência O Dia
Jovem baleada em São Gonçalo é sepultada: ‘Meu neto vai ser criado sem mãe’
Ela estava com o filho de 4 anos no colo quando foi baleada no rosto, segundo familiares
Rio – O corpo de Verônica da Silva Barreto, de 26 anos, baleada e morta neste domingo (19), no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, foi sepultado na tarde desta segunda-feira (20), no Cemitério Municipal São Miguel, no mesmo município. Familiares e amigos compareceram ao velório, muitos vestindo camisas com uma foto da jovem e a frase: "Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós”.
Um dos mais abalados era Alexandre de Souza Barreto, pai de Verônica. Ele lembrou que, em meio à dor da perda, um dos maiores obstáculos da família será criar o filho da jovem, de apenas 4 anos, sem a presença da mãe.
"Cheguei ontem à casa do meu genro, e a primeira coisa que meu neto perguntou foi: 'vovô, cadê mamãe?'. E eu tive que dizer: 'meu neto, infelizmente, mamãe não está mais conosco. Papai do Céu levou ela'. Ele não entendeu nada, mas com o tempo, vai entender o que aconteceu com a mãe dele. O coração fica destruído", lamentou Alexandre.
Ao lado do pai, Matheus Alves de Souza, irmão mais velho da vítima, ressaltou a relação próxima que tinha com ela: "Verônica me mandava mensagem todos os dias. Eu tenho uma filha que vai fazer 1 ano, e ela dizia: 'irmão, estou com saudades da minha sobrinha. Manda um beijo para ela'. Eu sou o irmão mais velho, e sempre cuidei dela como se fosse um pai. Ela sempre me ouvia, me escutava. Éramos muito ligados. E perdê-la desse jeito está me doendo muito".
Sobre as circunstâncias do crime, Alexandre lembrou que Verônica, com o filho no colo, e outros parentes deixavam o Salgueiro, onde ela residia, para um passeio, em um veículo conduzido por um amigo da família: "Foi quando um rapaz atirou no carro, e a única reação da minha filha foi arriar meu neto. Nesse momento, ela tomou os tiros. E agora eu não tenho mais minha filha".
Matheus destacou que a irmã foi baleada no rosto: "O que aconteceu com minha irmã é inaceitável. Três tiros na cara!".
Com a voz embargada, ele ainda recordou o último abraço que havia dado na irmã, em outro momento de dor para a família: "Foi na quinta-feira (16), quando enterramos nossa avó, mãe do meu pai. A gente deu um abraço pela despedida da minha avó, mas eu mal imaginava que estava me despedindo da minha irmã. Está doendo muito, nossa família está destruída".
A Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) assumiu o caso e apura a autoria e as circunstâncias dos disparos.
*Colaborou Érica Martin









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