Bernardo Bello responde por crimes de homicídio, lavagem de dinheiro e organização criminosaDivulgação

Rio - A Justiça do Rio manteve, nesta quarta-feira (12), a decisão de levar o bicheiro Bernardo Bello, de 44 anos, e o seu segurança, Wagner Dantas Alegre, a júri popular pela morte do também contraventor Alcebíades Paes Garcia, conhecido como Bid. A defesa dos réus havia recorrido da decisão no início do ano, mas os desembargadores rejeitaram, por unanimidade, o pedido.
De acordo com a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio (Gaeco/MPRJ, a execução de Bid aconteceu em um contexto de intensa e sangrenta disputa pelos pontos de exploração do jogo do bicho e de máquinas caça-níqueis no Rio.

A acusação descreve que Bernardo Bello ordenou e coordenou as ações para o assassinato do rival, enquanto Wagner foi o autor dos disparos. O atentado aconteceu em pleno carnaval, na madrugada de 25 de fevereiro de 2020, quando Alcebíades voltava do desfile das campeãs na Marquês de Sapucaí. Ainda de acordo com o MPRJ, o crime contou com a participação de seguranças de Bid, também denunciados, que forneceram informações essenciais para os rivais do patrão. Ao desembarcar do veículo, o bicheiro foi alvo de dezenas de disparos de arma de fuzil calibre 5.56.
Contraventor está foragido
Contra Bello, que já presidiu a escola de samba Unidos de Vila Isabel entre 2017 e 2018, constam dois mandados de prisão em aberto na 1ª Vara Criminal do Rio. O contraventor chegou a ser preso em janeiro de 2022, na Colômbia, mas foi solto após a Justiça acolher um habeas corpus e determinar a liberdade. A Polícia Civil do Rio e o MPRJ tentam prendê-lo desde novembro daquele ano.
Bernardo responde pelas mortes de Bid, tio da ex-mulher dele, e do advogado Carlos Daniel Dias André, além do crime de lavagem de dinheiro e organização criminosa. As investigações apontam que Bernardo Bello se tornou um dos chefes do jogo do bicho no Rio após romper com a mulher e com toda a família dela, conhecida como os Garcia, em uma ascensão marcada a sangue.
Ele se casou com a filha do bicheiro Waldemir Paes Garcia, o Maninho, assassinado em setembro de 2004. Com a morte do contraventor, os negócios da família Garcia seriam herdados pelo irmão dele, o Bid.