O passeador da Happy Dog Israel agrediu a cadela em um prédio no LeblonReprodução / Redes Sociais

Rio - A direção da empresa Happy Dog, onde trabalhava o passeador que agrediu uma cadela no Leblon, na Zona Sul, afirmou que vem sofrendo ameaças de internautas nas redes sociais desde a divulgação do caso. A revelação foi feita em entrevista ao DIA, nesta segunda-feira (24), pela proprietária do estabelecimento, Nelisa Neves, de 52 anos. O agressor, identificado como Israel Marcos Ferreira de Souza, segue sendo procurado pelas autoridades.
"Estou sendo vítima de pessoas que estão mandando mensagens agressivas para mim, entrando nas redes sociais e dizendo coisas que não sabem, pois não conhecem o meu trabalho. Graças a Deus, todos os clientes estão sendo muito atenciosos comigo, sendo carinhosos e colaborando. Só peço que as pessoas parem de criticar o caso, pois não conhecem a história. Já fizemos tudo que era necessário e, agora, estamos esperando a Justiça agir", relatou.
Nelisa contou que o homem já trabalhava há dois anos no local e, até então, apresentava atitude profissional.
"Nem eu e nem minha cliente [Talita, tutora da Xena] tínhamos nenhuma imaginação de que isso poderia acontecer. Até porque ele era uma pessoa que ela dava café, cumprimentava e também entrava na residência. Ele não demonstrou, em nenhum momento, agressividade. Conversava bem e trabalhava bem, então não teríamos como imaginar esse tipo de crueldade repentina."
Ainda segundo a proprietária, a agressão só foi descoberta 24 horas depois do ocorrido e, por isso, não pôde ser registrada em flagrante. Em relação às ameaças verbais, Nelisa informou que não prestou queixa formal na delegacia. 
A tutora do animal, Talita Veloso, disse que já utilizava os serviços da empresa há anos e que nunca havia tido qualquer tipo de problema.
"A dona da empresa e o marido dela sempre foram muito queridos e trataram a Xena muito bem. Acredito que existam algumas situações que fogem do alcance das pessoas. Então, gostaria que parasse essa 'caça às bruxas', porque não os culpabilizo", afirmou neste domingo (23), em vídeo publicado nas redes sociais.
Talita relatou também ter sofrido críticas pela contratação de passeadores para andar com sua cadela, que ia à rua três vezes por dia para fazer as necessidades e caminhar, conforme recomendação do veterinário.
"Acho esse tipo de acusação tão absurda, porque, na verdade, a Xena já possuía passeador há 8 anos e sempre os adorou. Esse, de fato, ela não gostava, mas achava que era implicância, pois ela também tinha essa mesma implicância com meu irmão e ele nunca fez nada. Xena tem passeador porque não consegue fazer as necessidades dentro de casa e era para proporcionar uma qualidade de vida melhor a ela", disse.
A Polícia Civil informou que a investigação está em andamento na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e que os agentes realizam diligências para apurar os fatos.
Veja vídeo:
Na última segunda-feira (17), a câmera de segurança do elevador flagrou Israel puxando a coleira do animal de maneira agressiva e repentina.
O vídeo mostra que a cadela se agacha e o agressor passa a puxar o acessório preso ao pescoço. O pet, que aparentava estar com medo, chega a se chocar contra a parede do elevador.
*Reportagem do estagiário João Santos, sob supervisão de Raphael Perucci