O pai de Allane contou que pensou em conversar com o assassino antes do crimeFotos de Saulo Junior

Rio - Allan Pedrotti, pai de Allane Pedrotti Matos, diretora pedagógica do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow (Cefet), que foi assassinada na última sexta-feira (28), disse que pensou em falar com o atirador antes do crime acontecer. Ele esteve no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IML), no centro do Rio, neste sábado (29), para reconhecer o corpo da filha.
Ao DIA, ele informou que Allane já havia feito reclamações sobre João Antônio Miranda Tello Gonçalves antes: "Ela me dizia que era assediada no trabalho, no sentido de ser perseguida por ele. Ela me dizia: 'ele cismou comigo', então eu pensei 'vou lá falar com esse cara, não pode ficar assim'", contou.

No entanto, apesar da indignação, o encontro entre os dois não aconteceu: "Minha filha pediu 'não vai, não vai', então eu tive que respeitar", revelou.

Ele também questionou o Cefet por permitir que João Antônio Miranda Tello Gonçalves seguisse na instituição: "Não entendo como a instituição permitiu que esse cara continuasse lá apresentando tantos problemas mentais", disse com indignação.
Irmã lamenta morte brutal
"Brutalmente assassinada." Foi assim que a irmã de Allane definiu a morte dela. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Alline Algaravia se mostrou muito abalada com a execução da servidora. Allane e a psicóloga Layse Costa Pinheiro foram mortas a tiros pelo colega de trabalho João Antônio Miranda Tello Gonçalves na tarde de sexta-feira (28).

"Minha irmã foi brutalmente assassinada dentro do Cefet, no ambiente de trabalho, por um homem. Minha irmã era uma pessoa cheia de sonhos, trabalhadora, batalhadora, e a gente era muito próxima. Estou comunicando para que orem, rezem por ela, para que ela possa fazer uma boa passagem", pediu Alline.

A irmã da diretora afirmou que tem tentado se manter forte pela sobrinha, filha de Allane. A adolescente morava com a mãe e a tinha como confidente. No final do vídeo, Alline exaltou a força feminina: "A luta das mulheres continua!". Veja o vídeo abaixo:


Atirador tinha desavenças com mulheres

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) ainda investiga o que motivou João Antônio a matar as duas colegas de trabalho. A suspeita inicial é de que ele tivesse problemas de convivência com mulheres e não tolerasse ser chefiado por elas.

Após conflitos com Allane, João Antônio foi transferido para outra unidade. Inconformado com a mudança, chegou a recorrer ao Ministério Público Federal (MPF) para tentar retornar ao posto original. Na mesma época, também teve problemas no novo local de trabalho, o que levou a um afastamento cautelar. Entretanto, um laudo psiquiátrico atestou que ele estava apto a regressar às atividades, novamente na unidade Maracanã.