O drama de Dayanna Horrara Fernandes SBT RIO
Na audiência que condenou os militares pela morte do músico Evaldo Rosa dos Santos em 2019, todas as câmeras e microfones estavam voltados para Luciana dos Santos Nogueira, como deveria ser.
Enquanto a viúva do músico dava entrevistas e comemorava por justiça, como sim devia fazer, Dayanna Horrara Fernandes, a viúva do catador de recicláveis Luciano Macedo, estava sentada, quieta, com a filha de dois anos, no meio-fio e um semblante resignado, sem o protagonismo de sua também tragédia, naquela tarde de 2019.
O marido dela morreu na linha de tiro, ao ouvir os gritos da família alvejada pelos tiros dos militares. Na época, Dayanna estava com sete meses de gestação.
A vida já não era generosa, mas perder o marido que trazia o alimento pra casa, a sentenciou à miséria convicta… Só que com uma criança no colo.
Há dois anos, ninguém, absolutamente ninguém, olhou por ela. Aliás essa coluna foi uma das únicas a falar com ela naquele momento!
Lembro que, quando a conheci pessoalmente, sua filha com o catador já estava com 10 meses… E Dayanna pediu ajuda para incluir o nome de Luciano na certidão de nascimento, porque nem deu tempo dele registrar a criança. O que ela mais queria era o direito da filha saber quem foi seu pai… Mas na certidão, não apenas nos registros policiais!
Hoje, ela vive de vender balas, se virando "nos trinta" para sustentar sua pequena Aylla Vitória.
A dor do luto dela se mistura à fome e ao sol forte que ela é obrigada a enfrentar todos os dias com essa filha nos braços, pelos sinais de trânsito do Rio de Janeiro…
E enquanto isso, só no ano passado, as Forças Armadas gastaram milhões de reais comprando bacalhau, carnes e cerveja. Lembram?
E é aí que eu te pergunto…
Alguém perguntou se Dayanna precisava de alguma coisa? Porcaria nenhuma! Ninguém apareceu!
Será que a Dayanna é tão invisível assim?
Onde estão as autoridades, o exército e até aqueles que tanto falam que lutam pelas causas dos pobres dessa cidade? Cadê?!
Quanto mais você fica a "margem" dessa sociedade cheia de interesses, mais invisível a dor e a fome ficam.
E isso não está certo. Não está!
Então, pra quem queria saber como ela está hoje, a gente conta… Mesmo ninguém perguntando.
Ela mora num quartinho com a filha. Sem leite, sem fralda, sem remédios, e dependendo da caridade de pessoas que se sensibilizam com a sua história.
3,2,1… É DEDO NA CARA!
O drama de Dayanna Horrara Fernandes SBT RIO
Na audiência que condenou os militares pela morte do músico Evaldo Rosa dos Santos em 2019, todas as câmeras e microfones estavam voltados para Luciana dos Santos Nogueira, como deveria ser.
Enquanto a viúva do músico dava entrevistas e comemorava por justiça, como sim devia fazer, Dayanna Horrara Fernandes, a viúva do catador de recicláveis Luciano Macedo, estava sentada, quieta, com a filha de dois anos, no meio-fio e um semblante resignado, sem o protagonismo de sua também tragédia, naquela tarde de 2019.
O marido dela morreu na linha de tiro, ao ouvir os gritos da família alvejada pelos tiros dos militares. Na época, Dayanna estava com sete meses de gestação.
A vida já não era generosa, mas perder o marido que trazia o alimento pra casa, a sentenciou à miséria convicta… Só que com uma criança no colo.
Há dois anos, ninguém, absolutamente ninguém, olhou por ela. Aliás essa coluna foi uma das únicas a falar com ela naquele momento!
Lembro que, quando a conheci pessoalmente, sua filha com o catador já estava com 10 meses… E Dayanna pediu ajuda para incluir o nome de Luciano na certidão de nascimento, porque nem deu tempo dele registrar a criança. O que ela mais queria era o direito da filha saber quem foi seu pai… Mas na certidão, não apenas nos registros policiais!
Hoje, ela vive de vender balas, se virando "nos trinta" para sustentar sua pequena Aylla Vitória.
A dor do luto dela se mistura à fome e ao sol forte que ela é obrigada a enfrentar todos os dias com essa filha nos braços, pelos sinais de trânsito do Rio de Janeiro…
E enquanto isso, só no ano passado, as Forças Armadas gastaram milhões de reais comprando bacalhau, carnes e cerveja. Lembram?
E é aí que eu te pergunto…
Alguém perguntou se Dayanna precisava de alguma coisa? Porcaria nenhuma! Ninguém apareceu!
Será que a Dayanna é tão invisível assim?
Onde estão as autoridades, o exército e até aqueles que tanto falam que lutam pelas causas dos pobres dessa cidade? Cadê?!
Quanto mais você fica a "margem" dessa sociedade cheia de interesses, mais invisível a dor e a fome ficam.
E isso não está certo. Não está!
Então, pra quem queria saber como ela está hoje, a gente conta… Mesmo ninguém perguntando.
Ela mora num quartinho com a filha. Sem leite, sem fralda, sem remédios, e dependendo da caridade de pessoas que se sensibilizam com a sua história.
3,2,1… É DEDO NA CARA!