Nova Iguaçu: Quando o esporte é mais do que medalhas
Mãe de atleta conta como o esporte ajuda a superar dificuldades causadas pelo autismo
Rio - Há quatro anos, Aline Campelo largou o emprego como supervisora de atendimento em um hospital para se dedicar exclusivamente ao filho Allan Oliveira Campelo, de 14 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A doença causa dificuldades na comunicação e foi por meio do esporte que este quadro começou a mudar. Foi em 2015, quando levou o filho na Vila Olímpica de Nova Iguaçu, que a mãe percebeu que o menino poderia levar uma vida como qualquer pessoa. Medalhista de prata no último final de semana na prova de revezamento nos Jogos da Baixada, Allan mostrou que nasceu para brilhar.
Segundo a mãe, o comportamento do jovem era muito diferente antes de praticar o esporte. "Ele não sabia conversar e também tinha uma grande dificuldade para o aprendizado. Meu filho passou a interagir depois que ele passou a frequentar a Vila Olímpica e a conviver com os colegas e professores. Lá, encontrei pessoas que entendiam o que precisávamos. Foi por meio do atletismo que meu filho aprendeu a se socializar. Hoje ele tem foco na escola e tem bom desempenho", afirma Aline.
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Segundo Aline, os Jogos da Baixada trazem motivação para o filho, que cursa o 9º ano. "É uma superação. Ele entende como o esporte o ajudou. Esse campeonato o faz sentir-se igual a todos. Com muito esforço ele vai conseguir vencer os obstáculos e as limitações", conclui. Na sua rotina, Allan se divide entre a escola, os treinos de atletismo e uma segunda paixão, o vôlei de praia. "Além disso, ele quer praticar dança de rua e natação", conta a mãe.
CARACTERÍSTICAS DO TEA
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o TEA é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social, e pela presença de comportamentos e interesses repetitivos ou restritos. Esses sintomas configuram o núcleo do transtorno, mas a gravidade de sua apresentação é variável. Não há cura, ainda que a intervenção precoce possa alterar o prognóstico e suavizar os sintomas.