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Cerca de 200.000 pessoas se manifestaram em Barcelona ontem à noite contra a prisão de dois influentes líderes separatistas acusados de sedição pela Justiça, em meio a uma crise inflamada entre o governo regional e o central. Aos gritos de "independência" e segurando velas, a multidão marchou pelo Centro da cidade para reivindicar a libertação de Jordi Cuixart e Jordi Sánchez.

Na frente judicial, o Tribunal Constitucional anulou definitivamente a lei catalã com a qual convocaram o referendo de independência de 1º de outubro, momento em que se descontrolaram os acontecimentos que afundaram a Espanha em sua pior crise política dos últimos 40 anos.

A manifestação noturna foi o ponto alto de um dia de mobilizações. Ao meio-dia, milhares de funcionários abandonaram seus postos de trabalho para exigir em silêncio "a libertação dos presos políticos".

"Querem nos colocar medo, mas não tenho. Não acredito que vão aparecer agora por aqui com cassetetes, mas temos o pressentimento de que vão nos causar mais dano", disse a idosa Conchita Riera, que participou do protesto.

Também ao meio-dia, na Praça de Sant Jaume, o presidente catalão, Carles Puigdemont, e parte de seu governo se uniram aos manifestantes, que gritavam "liberdade", "independência" e "repressão não é a solução".

No plano econômico, ontem foi revelado que 691 retiraram suas sedes sociais da Catalunha em outubro, mais do que nos nove meses anteriores de 2017, de acordo com o Colégio de Registradores.

O chefe do Executivo espanhol, Mariano Rajoy, deu até quinta-feira para o presidente catalão esclarecer se declarou ou não a independência na semana passada, pergunta que respondeu de forma ambígua na segunda-feira se limitando a oferecer diálogos durante dois meses.

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