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A cidade de Raqa, ex-capital do grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Síria, foi completamente tomada ontem pela aliança de combatentes curdos e árabes apoiada pelos Estados Unidos após vários meses de combate. A queda de Raqa, anunciada pelas Forças Democráticas Sírias, é grande derrota para o grupo ultrarradical, que tem visto o "califado" desmoronar na Síria e no Iraque em razão das muitas ofensivas para expulsá-lo das regiões subjugadas a partir de 2014.

"As operações militares em Raqa terminaram. A cidade está sob controle total", afirmou o porta-voz Talal Sello. "Agora começam as operações de rastreamento para eliminar as células dormentes, caso haja, e para retirar minas terrestres", acrescentou.

Raqa se tornou o símbolo das atrocidades cometidas pelo grupo. Ali teriam sido planejados atentados contra vários países, sobretudo na Europa. Ao redor, a paisagem é de desolação: edifícios em ruínas e ruas cheias de escombros. Em mais de quatro meses de combates, 3.250 pessoas, incluindo 1.130 civis, morreram, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

Para Um Abdallah, que fugiu da cidade há três anos, a "felicidade é indescritível". "Quando minha irmã anunciou a libertação, começou a chorar e eu também", declarou o homem de 40 anos, atualmente instalado em Kobane.

Como a cidade 'caiu'
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Pela manhã, as forças curdo-árabes tomaram o hospital e o estádio municipal no Centro de Raqa, os dois últimos redutos onde dezenas de jihadistas estrangeiros estavam entrincheirados. Segunda-feira à noite, as Forças Democráticas Sírias anunciaram a "libertação total" do tristemente famoso cruzamento de Al-Naïm, onde o Estado Islâmico realizava suas execuções quando ainda controlava a cidade.
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