Temer defende reforma no lugar de 'medidas radicais'
Presidente esteve em São João da Barra para movimentar o Porto do Açu
O presidente Michel Temer voltou a defender a Reforma da Previdência em solenidade no Porto de Açu. Segundo o presidente, se as mudanças não forem aprovadas agora, não haverá candidato nas próximas eleições que não terá que tocar no assunto. Ele argumentou que, em tese, ninguém terá prejuízo com a reforma e que a intenção do governo é evitar medidas mais radicais no futuro.
O presidente enumerou mais uma vez os feitos de seu mandato, como a Reforma do Ensino Médio e a aprovação do teto dos gastos públicos. Segundo ele, logo depois da Previdência, o governo fará a simplificação tributária, fechando o "ciclo reformista". "Se não tivéssemos autoridade, não tínhamos feito o que fizemos em 18 meses", disse ele.
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O presidente participou da cerimônia de assinatura do decreto que cria a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Açu, no Distrito Industrial de São João da Barra, no Norte Fluminense.
Participaram da comitiva o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira, e o governador Luiz Fernando Pezão.
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'Grande problema'
"É impossível atravessar essa crise sem discutir a Reforma da Previdência. Nenhum candidato vai passar as próximas eleições sem discutir esse tema", declarou Pezão. "Esse é o grande problema do país", completou.
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Marun pressiona e sofre represália; Nogueira, do Trabalho, pede demissão
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Governadores do Nordeste enviaram ontem carta pública ao presidente Michel Temer protestando contra a declaração do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que admitiu terça-feira que o governo pressiona gestores estaduais e municipais a trabalhar a favor da aprovação da Reforma da Previdência em troca da liberação de recursos em financiamentos de bancos públicos, como a Caixa. No documento, os governadores prometem acionar política e judicialmente os agentes públicos envolvidos, caso a "ameaça" de Marun se confirme.
A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital, no embalo, afirmou em nota que a atitude de Marun é inconstitucional.
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O presidente do PTB, Roberto Jefferson, confirmou que o partido indicou o deputado Pedro Fernandes (MA) para assumir o cargo de ministro do Trabalho no lugar de Ronaldo Nogueira, que pediu demissão ontem, a fim de se candidatar à reeleição como deputado federal, obedecendo a ordem de Temer.