Rio - Juliana Knust, 36 anos, foi por muitos anos contratada da Globo. Esse tipo de contrato fixo lhe dava estabilidade e segurança. Mas tinha um outro lado. "Me fazia ficar numa zona de conforto que não é muito bacana. Você pode se acomodar. E isso pro ator, é a pior coisa. Porque a gente sente necessidade de produzir, realizar, colocar a nossa arte pra fora", diz a intérprete da destemida repórter Zoe na novela 'Apocalipse', da Record.
EM MOVIMENTO
Atualmente vivendo sua primeira protagonista em seus 21 anos de carreira, Juliana segue contratada até o fim da novela e pronto. "Não sei o que vai acontecer depois. Isso faz parte da nossa profissão, já estou acostumada. A gente nunca sabe qual será o próximo trabalho. Mas não pretendo ficar muito tempo parada", avisa, aos risos. "No que depender de mim, logo logo já terei um novo projeto em mãos. Seja no teatro, na TV. A energia precisa se movimentar, não pode estagnar", frisa. "O fato de não ter um contrato fixo, faz com que você não pare de se mexer. A cabeça não para de funcionar. Você busca textos, faz leituras com amigos, vai atrás de possibilidades", completa animada.
'APOCALIPSE'
A novela de Vivian de Oliveira estreou em novembro de 2017 com 13 pontos de audiência e cercada de expectativas ao suceder o sucesso 'Os Dez Mandamentos'. Nesta semana, a trama marcou 6 pontos na quarta-feira. Mas, segundo a Record, a história não será reduzida e terá o mesmo número de capítulos previstos desde o início: 170.
"Tenho um retorno muito positivo do público que assiste a novela. E isso pra mim é o mais importante. Estamos fazendo um trabalho de muita qualidade, com um elenco e direção extremamente talentosos", derrete-se atriz. "Ainda tem tanta coisa para acontecer na novela. Daqui para frente ela vai ficar muito mais ágil por conta dos próximos acontecimentos. O Apocalipse vai começar, de fato. Após o Arrebatamento, a Zoe começa a ir atrás de algumas respostas para o que aconteceu e descobre informações importantes, que não posso revelar agora", entrega Juliana.
VIDA DE PROTAGONISTA
Com várias novelas no currículo, entre elas 'Malhação' (1997) e 'Celebridade' (2003), Juliana Knust sabia bem a correria exigida pelo trabalho durante os meses de gravação. "Não existe uma rotina. Cada dia é um dia. Mas a maioria deles, sempre muito intenso de trabalho. O nosso roteiro não nos permite programar absolutamente nada. Então vamos vivendo um dia após o outro. Realmente a carga de trabalho de uma protagonista é maior. São muitas cenas, em vários cenários diferentes. O que faz com que você trabalhe muito mais", resume a atriz. Mas nada disso tira a alegria dela em encarar o seu ofício. "Só agradeço pela oportunidade", afirma.
Para descansar, Juliana tem um remédio infalível: brincar com os filhos. "É o meu momento para eles. O tempo que estou com eles faço o que eles gostam e querem", diz a mãezona do Arthur, de dois anos, e Mateus, de oito. Para cuidar dos herdeiros, a atriz conta com a ajuda do maridão, o empresário Gustavo Machado, para dar conta do recado e sair tudo conforme planejado. "É um cara nota 'um milhão'. Parceiro, dedicado, paizão, maridão", derrete-se apaixonada. O casal está junto há quase dez anos e, por enquanto, sem planos de aumentar a família. "Somos muito felizes com nossos dois meninos", reforça.
CASAMENTO
Juliana diz que na relação dela com Gustavo, é ela a mais ciumenta. "Mas já fui bem mais. Hoje em dia, é aquele ciuminho tolerável e, muitas vezes, até agradável (risos)", confessa. A atriz conta que tem uma relação muito tranquila e que é pautada na base da confiança. "Somos um casal, mas também somos indivíduos. Temos nossas vidas sociais. Ele sai com os amigos, eu saio com as amigas. E respeitamos muito isso", frisa. A morena explica que um casamento precisa dessa confiança, além de consciência liberdade. "Senão você se perde. Um vive apenas a vida do outro e você acaba se anulando", observa.
Quando questionada se perdoaria uma traição, a niteroiense responde sem rodeios. "Dependendo do caso, acho que perdoaria uma traição, sim. Tenho chegado à conclusão de que a lealdade é muito mais importante do que a fidelidade. E confiança, a gente leva muito tempo pra construir, mas em um segundo ela pode acabar. Então, se houver lealdade e respeito, um bom diálogo pode resolver", confessa.
DEPRESSÃO
Juliana teve o apoio incondicional da família em todos os momentos. Desde quando começou a carreira cedo, ou quando foi morar sozinha, ou na criação dos filhos. Ou quando enfrentou o drama da depressão em 2006. "Não tenho problema de falar sobre isso. Gosto de ter a oportunidade de falar sobre depressão, que é um problema sério. E a gente tem que estar atento aos sinais. Tanto dos nossos como das pessoas no nosso entorno. É necessário pedir ajuda e oferecer ajuda também", alerta. "Muita gente tem ou pode desenvolver depressão. A gente precisa cuidar da mente. Ter tempo para a gente, ter paz e acalmar os pensamentos. Isso nos torna mais saudáveis. Foi um momento muito ruim. Fiquei bem mal! Mas me cuidei, me tratei e eu e minha família passamos por isso", desabafa.
FUTURO
Para o futuro, Juliana quer educar os filhos da melhor maneira possível. E quer fazer escolhas certas para eles, enquanto lhe couber esse dever. "Para que eles sejam íntegros, tenham caráter, sejam amorosos com as pessoas. Quero que eles sejam felizes. Depois que somos mães, as nossas prioridades mudam muito. É claro que sonho em continuar trabalhando com o que eu amo, conquistando cada dia mais o meu espaço, mostrando a minha arte. Sonho em fazer bons personagens para que eu consiga levar questionamentos às pessoas. A arte transforma e faz pensar. Quero viver pra sempre fazendo isso", deseja.
