Caracas - Dois policiais e um número não detalhado de "terroristas" morreram na operação para capturar o ex-policial venezuelano Óscar Pérez, que em 2017 atacou edifícios governamentais de um helicóptero, informou o governo por meio de um comunicado nesta segunda-feir.
"Esses terroristas, que estavam fortemente equipados com armamento de alto calibre, abriram fogo contra os funcionários encarregados de sua captura (...) com o lamentável balanço de dois funcionários da Polícia Nacional Bolivariana mortos e cinco gravemente feridos", expressou o comunicado do Ministério de Interior e Justiça.
Não se sabe se Pérez está entre os mortos e feridos durante o tiroteio que começou na madrugada desta segunda-feira. Sem detalhar a identidade, o governo informou que "os integrantes desta célula terrorista, que fizeram resistência armada, foram abatidos e cinco criminosos foram capturados e detidos".
Segundo o comunicado, os policiais "foram deslealmente atacados pelos violentos quando estavam negociando as condições para sua entrega e proteção". O documento também indicou que os homens comandados por Pérez "tentaram detonar um veículo carregado de explosivos".
Pérez, que em 27 de junho atacou edifício do governo de um helicóptero, foi ferido e encurralado por forças especiais em seu esconderijo nos arredores de Caracas. O ex-funcionário publicou vídeos em seu Instagram para publicar em tempo real o tiroteio.
"Estão disparando contra nós com lança-granadas e atiradores de elite. Dissemos que íamos nos entregar e não querem deixar que nos entreguemos, querem nos matar", expressou Pérez em um vídeo em que aparece com o rosto ensanguentado e na companhia de outros homens armados.
Mais cedo, Diosdado Cabello, com forte influência nos organismos de segurança e nas Forças Armadas do país, confirmou a operação.
"O terrorista Óscar Pérez atacou aqueles que o cercam, ferindo dois funcionários da FAES (Força de Ações Especiais da Polícia), os corpos de segurança responderam ao fogo", escreveu. O piloto e ator amador de 36 anos afirmou que foram cercados em uma estrada de El Junquito, a 25 quilômetros a noroeste de Caracas.
Jornalistas da AFP que tentavam chegar ao local, cujo acesso foi bloqueado pelas autoridades, viram passar um tanque do Exército, grupos de comandos especiais e ambulâncias. O piloto tem publicado vários vídeos nos quais diz lutar contra a "narcoditadura" e "tirania" na Venezuela, e é acusado de "ataque terrorista" pelo governo e tem uma ordem de captura na Interpol.
Em dezembro, atribuíram a ele a autoria da "Operação Gênesis", que acabou na invasão a uma base militar em Laguneta de La Montaña, povoado do estado de Miranda (norte), onde foram roubados 26 fuzis Kalashnikov e três pistolas