Cabul - Chegou ao fim, após 12 horas, o ataque suicida a um hotel em Cabul, no Afeganistão. Segundo a imprensa afegã, o atentado teria deixado "várias vítimas". Na noite deste sábado, ao menos quatro homens armados invadiram o Hotel Intercontinental de Cabul e atiraram em hóspedes e funcionários e, em seguida, atearam fogo no prédio. Forças especiais foram levadas de helicóptero ao telhado do edifício de luxo durante o ataque.
Segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi, dois agressores foram mortos. O número de vítimas ainda é desconhecido.
Até o momento, nenhum grupo extremista reivindicou a autoria do ataque, que é o mais recente na capital afegã depois que uma série de alertas de segurança recomendaram nos últimos dias evitar hotéis e outros locais frequentados por estrangeiros.
Um hóspede que estava escondido em um dos quartos durante o atentado disse à agência de notícias AFP que conseguiu ouvir disparos dentro do hotel, construído sobre uma colina nos anos 1960, onde se hospedavam dezenas de pessoas que participariam no domingo de uma conferência sobre tecnologia.
"Eu não sei se os atiradores estão dentro do hotel, mas eu posso ouvir disparos de algum lugar perto do primeiro andar", disse por telefone o homem, que não quis se identificar.
"Estamos escondidos em nossos quartos. Imploro que as forças de segurança nos resgatem o mais rápido possível, antes que eles nos encontrem e nos matem", afirmou.
Segundo Rahimi, os agressores levavam armas curtas e granadas propelidas por foguetes quando invadiram o hotel, que costuma sediar casamentos, conferências e encontros políticos.
"Alguns outros hóspedes foram resgatados. Vamos poder divulgar números de vítimas assim que a operação terminar", disse.
Segurança questionada
O último grande ataque contra um hotel de alto perfil em Cabul ocorreu em março de 2014, quando quatro adolescentes armados invadiram o Serena, matando nove pessoas, inclusive um jornalista.
O Intercontinental já tinha sido alvo de um ataque em junho de 2011, quando um atentado suicida reivindicado pelos talibãs matou 21 pessoas, entre as quais 10 civis.