Rio - O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou ontem as declarações de seu colega americano, Donald Trump, que qualificou as nações africanas, o Haiti e El Salvador de "países de merda". Ao ser questionado em entrevista à BBC, divulgada ontem, sobre se compartilhava do mal-estar provocado pela expressão, Macron respondeu: "Está claro que não é uma palavra que possa ser usada".
"Acredito que muitos dos nossos problemas no Oriente Médio e na África se devam a muita frustração, muita humilhação no passado, e temos que compreender isso. Acredito realmente que temos que respeitar todos os países. É o que devemos, e é muito mais eficaz", defendeu o presidente francês.
"Não é um uso político", declarou Macron, referindo-se a Trump, que neste fim de semana completa um ano na Casa Branca. "Temos uma relação muito boa Quero trabalhar com ele, e construímos uma relação forte", assoprou, indicando que os dois "discordam sobre diversos temas". "Ligo para ele frequentemente, sempre sou extremamente direto e franco", declarou Macron, que explicou: "Às vezes, consigo convencê-lo e, às vezes, fracasso".
Macron qualificou os abundantes e polêmicos tuítes do presidente americano de "mistura entre reações pessoais e políticas". "Acho que isso não é viável, quando se é presidente de uma república como os Estados Unidos", acrescentou.
Macron recebeu ontem a chanceler Angela Merkel, a quem afirmou querer "aprofundar mais a cooperação" entre França e Alemanha.