Aimée Espinosa - Sergio Santoian/Divulgação
Aimée EspinosaSergio Santoian/Divulgação
Por Gabriel Sobreira

Rio - Aos 9 anos e morando em Riade, capital da Arábia Saudita, Aimée Espinosa, a médica Gláucia de 'Apocalipse', da Record, foi pedida em casamento por um príncipe árabe presidente de um clube de futebol. "O meu pai, claro, disse que não", lembra a atriz, hoje com 24 anos. Pouco tempo depois, da janela do quarto, a garota viu uma bomba explodir bem longe. "A gente sempre tinha que consultar o site da embaixada americana para saber quais lugares evitar. Uma vez, o condomínio onde morávamos estava na lista de possíveis alvos de mísseis, saímos correndo. A violência lá não era só morrer de medo de ser assaltado, mas medo da casa onde você está explodir", lembra ela, que ficou morando 10 meses na cidade.

Tudo isso já daria um livro. E esse é o plano da atriz. "Estou envolvida nesse projeto há uns seis meses. Uso também uns textos que escrevo desde os 14 anos", conta a neta do treinador e ex-jogador de futebol Valdir Espinosa, de 70 anos. "Ele é um avô bem babão", brinca.

A TRAMA

Na novela de Vivian de Oliveira, Aimée interpreta Gláucia, uma jovem para lá de decidida. Tanto que a personagem nem se importa em viver um tórrido romance com Henrique (Sandro Rocha), que é casado e seu chefe. "Gláucia quer ter poder. Se ela tiver que mandar o Henrique para escanteio, ela manda. Ela faz as coisas muito seguras de si, não é capacho de ninguém, vê ele de igual para igual", explica. "E ainda está sempre tramando e pensando em como se dar bem. Não veio a passeio, sempre pensa no próximo passo e manipula da maneira que convém. Ela não tem muita paixão pelo chefe, até diz para ele ter cuidado com ela. É perigosíssima mesmo", entrega a atriz, aos risos.

Namorando há dois anos e oito meses com Lucas Mascarenhas, 20 anos, Aimée diz que o companheiro não sente ciúmes das cenas de beijos e carícias na novela. Antes da estreia, ele até ficava desconfiado, mas relaxou quando viu as sequências no ar. Bem o oposto do avô, Valdir Espinosa. "Ele não gosta das cenas de beijo, e minha personagem faz muita cena de beijo (risos). Ele acompanha muito e tudo. Em estreia de peça, ele sempre está na primeira fileira", vibra. "Meu avô tem tudo: Facebook, Instagram, Twitter. No WhatsApp, ele é rei. Manda vídeos, áudios, piadas, correntes. Agora, aprendeu a mandar foto. Ele foi aprendendo tudo sozinho, mas eu ensinei a mandar foto", gaba-se.

Sobre a trama, Aimée conta que sua personagem ainda vai aprontar. Gláucia vai se aproximar de Estela (Lisandra Souto), mulher de Henrique, que também trabalha no hospital. É que, depois do Arrebatamento, um filho de Estela está entre os desaparecidos e a mãe começa a ter síndrome do pânico. "A Gláucia vai tratar a doença da Estela. Para a minha personagem, não tem problema ser amiga da esposa do amante. Existe uma verdade nesse cuidado, que vai ser sempre dentro da conveniência da Gláucia, claro", afirma.

Depois de várias participações na TV, essa é a primeira grande personagem de Aimée, que é só elogios para os colegas de cena e toda equipe técnica da novela da Record. "Todos me ajudaram e ajudam muito", derrete-se. A atriz ainda vibra com o fato de interpretar uma personagem tão diferente. "Ela é tudo que não sou e nem faria. Jamais teria caso ou trairia uma pessoa ou passaria por cima dos outros para me dar bem. Ao entrar em cena, a Gláucia exige uma postura diferente. Abaixo meu tom de voz, essa minha voz de menininha não dá (risos). Mudo o jeito de andar. Sai o vestidinho de bolinha e o tênis All Star, e entra o decote, o saltão. É um exercício diário que amo cada vez mais", comemora.

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