Por O Dia

Bruxelas - Um ex-enfermeiro e diácono, Ivo Poppe, de 61 anos, foi condenado, nesta quinta-feira, a 27 anos de prisão por uma série de assassinatos de idosos, na Bélgica. Entre eles o de sua própria mãe, a quem, disse, quis poupar sofrimento.

Conhecido como o "diácono da morte", Poppe foi julgado por ao menos 10 assassinatos. Ao longo da audiência, reconheceu ter matado "entre 10 e 20" pessoas, embora não possa identificar todas as suas vítimas. O júri do tribunal penal de Bruges, que devia se pronunciar sobre os casos identificados, o considerou culpado de cinco assassinatos com premeditação: o de sua mãe, seu sogro, dois tios-avôs e uma paciente da clínica onde trabalhava como enfermeiro.

Poppe, casado e pai de três filhos, foi detido em maio de 2014 depois que a Justiça foi informada de suas confidências compartilhadas com seu psiquiatra, a quem disse "ter praticado a eutanásia a uma dezena de pessoas".

Na grande maioria dos casos, se tratava de pessoas no fim da vida, pelas quais ele decidiu que era melhor poupá-las de sofrimentos físicos e psíquicos injetando ar nas veias quando trabalhava como enfermeiro em um hospital de Menin, na Bélgica. Ivo Poppe foi funcionário deste hospital durante os anos 1980 e 1990, mas continuou frequentando este local como visitante pastoral até 2011, após ter sido ordenado diácono de Wevelgem em 1996.

Os crimes que pesam sobre ele teriam ocorrido entre 1978 e 2011, ano em que sua mãe morreu, uma senhora de 89 anos com depressão. Os médicos que a atendiam negaram que ela quisesse a eutanásia, como sustentou seu filho.

O promotor-geral havia pedido a prisão perpétua para Poppe, ao qualificar o assassinato de um parente como "o crime mais grave" do código penal. O juiz disse que não merecia ter uma ficha judicial limpa. "Cometeu seu primeiro ato com 22 anos, quando asfixiou seu tio-avô com uma almofada".

Os dois advogados do acusado insistiram que era inútil condenar seu cliente a uma pena muito longa, entre outras coisas porque Poppe tem câncer e dever ser operado em breve.

Na Bélgica a eutanásia está autorizada desde 2002 para os pacientes que sofrem um mal incurável e que realizaram sua solicitação de forma "voluntária, pensada e repetida". Um médico deve se encarregar de praticá-la.

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