Jihadista é julgado em Bruxelas por atentado que deixou 32 mortos  - AFP
Jihadista é julgado em Bruxelas por atentado que deixou 32 mortos AFP
Por O Dia

Béligica - Salah Abdeslam, único integrante vivo das células jihadistas que atacaram Paris em novembro de 2015, compareceu nesta segunda-feira a um tribunal para responder sobre sua suposta participação em um tiroteio na Bélgica em março de 2016. Ele se recusou a responder as perguntas do tribunal sobre o evento, que precipitou sua captura. As autoridades organizaram um importante dispositivo de segurança, dentro e ao redor do Palácio de Justiça, para o julgamento. 

"Você é Salah Abdeslam, nascido em Bruxelas em 15 de setembro de 1989?", perguntou a juíza que preside o processo, Marie-France Keutgen, no início da audiência. Abdeslam logo respondeu que "Eu não quero responder nenhuma pergunta". O réu se recusou inclusive a ficar de pé quando foi solicitado pela juíza. Desde sua detenção na França em abril de 2016, Abdeslam mantém silêncio diante dos investigadores. Seu advogado, Sven Mary, informou que ele não autoriza suas imagens durante o processo.

Eles está sendo julgado pelo tiroteio ocorrido em Forest, na Bélgica, em março de 2016, que deixou três policiais feridos e matou 32 pessoas. Este é considerado um preâmbulo do julgamento que acontecerá na França, em uma data que ainda não foi anunciada, pelos atentados de Paris, que deixaram 130 mortos.

No ataque de Forest, investigadores franceses e belgas foram surpreendidos por tiros durante uma operação de rotina em um dos abrigos da célula em Forest. Um jihadista de origem argelina, de 35 anos, Mohamed Belkaid, morreu ao enfrentar os agentes para encobrir a fuga de Abdeslam e de um cúmplice, Sofiane Ayari, um tunisiano de 24 anos, que também será julgado em Bruxelas. Os dois jihadistas foram detidos três dias depois, em 18 de março, e foram para a prisão de Molenbeek. 

O francês de 28 anos e de origem marroquina, que cresceu e se radicalizou no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, fazia parte de uma célula jihadista envolvida em ao menos três grandes operações terroristas nos últimos anos: os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris (130 mortos), os de 22 de março de 2016 em Bruxelas (32 mortos) e o fracassado ataque em um trem entre Amsterdã e Paris em agosto de 2015 foram de responsabilidade, "talvez, unicamente da organização Estado Islâmico", segundo a Procuradoria federal belga.

Esta audiência deveria ter acontecido em meados de dezembro, no tribunal correcional de Bruxelas, mas foi adiada para dar tempo a Sven Mary, o novo advogado de Abdeslam, preparar sua defesa. Um renomado criminalista belga acompanhou o jihadista logo depois de sua prisão, mas jogou a toalha sete meses depois, criticando a incompreensível atitude de seu cliente.

Salah Abdeslam e Sofiane Ayari devem responder pelas acusações de "tentativa de assassinato de vários policiais" e "posse de armas proibidas", tudo em "um contexto terrorista". Eles podem pegar até 40 anos de prisão.

Abdeslam também será julgado na França pelos atentados de 13 de novembro de 2015, mas a data do processo ainda não foi determinada.

Abdeslam será conduzido a cada dia da prisão de Vendin-le-Vieil, norte da França, onde tem as mesmas condições que na prisão perto de Paris, em que se encontra em regime de isolamento e sob videovigilância 24 horas desde sua chegada, em abril de 2016.

Com informações da AFP

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