Angra 1 sai do sistema de produção para manutençãoDivulgação/ Eletronuclear

Angra dos Reis - A partir da meia-noite de sábado, (5), Angra 1 será temporariamente desligada do Sistema Interligado Nacional (SIN). A intervenção faz parte do cronograma de reabastecimento de combustível nuclear da unidade e contempla uma série de inspeções e atividades de manutenção essenciais para maior eficiência de operação da usina. Essa será a mais longa e totaliza a 29ª parada programada, com duração prevista de 85 dias. 

Durante o período da parada, serão realizadas 5.700 tarefas, executadas por uma força de trabalho composta por 1.373 profissionais, entre eles 238 estrangeiros, contratados por empresas nacionais e internacionais que atuarão em conjunto com técnicos da Eletronuclear. As atividades foram planejadas com antecedência, conforme o padrão adotado para paradas de reabastecimento, que ocorrem a cada 14 meses, levando-se em consideração a durabilidade do combustível e as demandas do SIN.

“Cerca de 1/3 do combustível nuclear novo será recarregado, além de serem realizadas atividades de inspeção e manutenção periódicas e instalações de modificações de projeto, que precisam ser feitas com a usina desligada”, explica Abelardo Vieira, superintendente de Angra 1.

A parada também contempla etapas do Programa de Extensão de Vida de Angra 1, com foco na modernização da infraestrutura da unidade. Entre as ações estão: manutenção dos transformadores principais de energia elétrica; atualizações tecnológicas nos sistemas de instrumentação; inspeções e melhorias em soldas das tubulações do circuito primário e do reator; e testes e manutenções preventivas nos componentes dos circuitos primário e secundário. As ações visam assegurar a confiabilidade e aprimorar o desempenho operacional da unidade.

No encerramento do seu 28º ciclo operacional, Angra 1 terá completado 452 dias em operação contínua, sincronizada ao SIN. Em 2024, a unidade atingiu um fator de disponibilidade de 94,72% e um fator de capacidade de 94,60%, registrando a terceira melhor performance anual de geração de sua história, com produção superior a 5,3 milhões de megawatts-hora (MWh) de energia elétrica.
 
Eletronuclear recebe autorização para operação permanente da unidade de armazenamento de combustível nuclear

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) concedeu, na segunda-feira (24), a Autorização para Operação Permanente da Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Combustível Irradiado (UAS), que fica na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis, na costa verde. A medida, tem validade de 40 anos e pode ser prorrogada. A autorização de Operação Inicial obtida pela empresa em 2021 tem por objetivo armazenar combustível nuclear de forma segura e eficiente.

A unidade foi projetada para comportar até 72 Hi-Storms, com capacidade para receber combustíveis usados até o ano de 2045. Durante a primeira campanha de transferência de combustível, realizada entre 2021 e 2022, 15 Hi-Storms foram levados para o local. Já na fase inicial da segunda campanha, finalizada em agosto de 2024, mais 15 unidades foram adicionadas. Após a conclusão desta fase, que contará com a contribuição de Angra 1 entre 2025 e 2026, o total de Hi-Storms armazenados será de 48.

Na resolução, publicada em Diário Oficial da União, a CNEN destacou: “CONSIDERANDO que, de acordo com as avaliações de segurança e respectivos pareceres emitidos ao longo deste período pela CNEN, e com base no estado atual do conhecimento técnico, há garantia suficiente de que a operação da CNAAA-1 pode ser conduzida sem risco indevido à segurança dos trabalhadores, do público e do meio ambiente, no que se refere às áreas da segurança técnica nuclear, da proteção radiológica e da proteção física das instalações e materiais, conforme item 8.3.2.c da Norma CNEN-NE-1.04”.

A Eletronuclear reforça que os combustíveis usados não são considerados rejeitos radioativos, pois ainda possuem um significativo potencial energético, que poderá ser reaproveitado no futuro. Países como Rússia, França e Japão já utilizam técnicas de reciclagem para este material.

“Este é um importante marco para a Eletronuclear e para o setor nuclear brasileiro. Ele confirma que, com respeito às mais rigorosas normas de segurança e eficiência, estamos prontos para garantir o armazenamento seguro dos combustíveis irradiados e dar continuidade ao nosso compromisso com a geração de energia limpa e sustentável para o Brasil. A operação da UAS não só assegura a segurança das instalações como também reforça o papel da energia nuclear na matriz energética nacional, com potencial de reaproveitamento futuro dos combustíveis usados”, destaca o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo.

A UAS, em operação desde 2021, é projetada para garantir máxima segurança no armazenamento dos elementos combustíveis após o processo de resfriamento nas piscinas especiais das usinas. Após alguns anos, é armazenado em canisters de aço e concreto, garantindo a integridade do material. O sistema de armazenamento utilizado na UAS é similar ao empregado em mais de 70 locais nos Estados Unidos e é projetado para resistir a eventos naturais extremos, como terremotos, tornados e inundações.
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