Por thiago.antunes

Brasília - No dia em que o Senado retomou o longo julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, 11 estados registraram protestos contra o governo interino de Michel Temer. Até o fechamento desta matéria, senadores ainda discursavam na sessão que, segundo projeções de governistas e da oposição, tornaria Dilma ré.

Em São Paulo, por volta das 18h, os ativistas saíram em caminhada até a Praça Roosevelt. O ato integra a Jornada Nacional de Mobilização contra o Golpe e em Defesa da Democracia, organizada pela Frente Brasil Popular, formada por movimentos sociais e sindicatos.

Renan Calheiros passou o comando da sessão a Ricardo LewandowskiAntônio Cruz / Parceiro / Agência Brasil

Manifestantes carregaram bandeiras vermelhas e de diversos movimentos que integram a frente, além de cartazes pedindo a saída de Temer. Eles cantam e gritam palavras de ordem em defesa de direitos adquiridos e em defesa de Dilma.

A Frente Brasil Popular pede que a população preste atenção para “os riscos de retrocesso nos direitos sociais no Brasil e reforçam que o pedido de impeachment de Dilma Rousseff não apresenta fundamento legal, sinalizando que sobre a presidenta eleita não pesa qualquer crime de responsabilidade”.

Atos ocorreram nos estados de Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Até as 20h15, as cidades de Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Juiz de Fora (MG), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES) tinham registrado atos. As manifestações foram convocadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimentos sociais e, além de críticas ao governo interino, elas reforçam o lema de ser defesa das conquistas trabalhistas.

Mais cedo, a presidente afastada Dilma Rousseff agradeceu, por meio de nota, a manifestação do senador norte-americano Bernie Sanders contra o processo de impeachment no qual a petista é alvo no Congresso.
Senador por Vermont, ele defende que o impasse político brasileiro seja resolvido com “eleições democráticas” e disse que a Casa Branca não pode ficar em “silêncio” enquanto as instituições democráticas de um dos mais importantes aliados dos EUA são “minadas”.

"Agradeço a solidariedade do senador Bernie Sanders. Reitero a minha disposição de continuar a lutar na defesa do meu mandato, da democracia brasileira e dos direitos individuais e coletivos do povo brasileiro”, escreveu Dilma.

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