Brasília - Na noite desse domingo o Conselho Federal de Administração (CFA) divulgou nota, repudiando o caso envolvendo um de seus conselheiros no Acre, Marcos Clay. Em um postagem na sua página pessoal, Clay usou uma foto da goleira da Seleção Brasileira Feminina de futebol, Bárbara Barbosa, e comentou: "Eu odeio preto, mas essa goleira do Brasil tinha chance". Clay é conselheiro federal do CFA.
De acordo com o comunicado, o conselho diz que as declarações, "de acordo com a lei e o senso comum, ofendem não apenas a goleira da Seleção Brasileira de futebol feminino, Bárbara, mas a todas as mulheres e negros". O órgão destacou ainda que o posicionamento de Clay não reflete a postura do CFA. No fim do comunicado, o conselho federal garante que deve adotar providências internas jurídicas e administrativas. "Tolerância zero com tal atitude é o clamor da sociedade e a posição do CFA", ressaltou.

Na última sexta-feira, após o jogo da Seleção Brasileira de Futebol feminina, Clay publicou em sua página no Facebook uma postagem racista usando o nome da goleira Bárbara. "Eu odeio preto, mas essa goleira tinha chance". O comentário gerou reação imediata dos internautas, que repudiaram a afirmação de Marcos Clay.
Após a repercussão negativo, Clay voltou ao Facebook para se desculpar e afirmou que não era racista e disse que a postagem foi uma "brincadeira". "Pra encerrar o assunto, peço desculpas a quem se sentiu ofendido, foi uma postagem infeliz, mas sei que os amigos entenderam como brincadeira. Infelizmente não existem só amigos no meu face e quem não me conhece pode ter ficado com a impressão errada", afirmou.
Confira a nota do Conselho Federal de Administração:
"O Conselho Federal de Administração (CFA) vem manifestar seu veemente repúdio pelo lamentável episódio protagonizado por um de seus conselheiros federais na última sexta-feira.
De forma inaceitável e até agora inexplicável, o conselheiro federal pelo Acre, Adm. Marcos Clay, emitiu em seu perfil pessoal no facebook declarações que, de acordo com a lei e o senso comum, ofendem não apenas a goleira da seleção brasileira de futebol feminino, Bárbara, mas atodas as mulheres e negros. Tal declaração não reflete o pensamento e ações da Autarquia.
O direito constitucional de Marcos Clay à livre expressão não pode ofuscar ou suprimir outros direitos coletivos e individuais, também constitucionais. Tolerância zero com tal atitude é o clamor da sociedade e a posição do CFA.
Além de nos posicionarmos contra o ódio, a discriminação e a desvalorização da mulher e do negro, em face de uma conduta pessoal e isolada de um de nossos membros, adotaremos imediatas providências internas jurídicas e administrativas para apurar as reais circunstâncias do abominável episódio".